do A Tarde
Em vigor desde o início da maior festa popular do país, poucas aplicações das regras do Estatuto do Carnaval foram vistas pelos foliões até agora. Entre um dado e outro apresentado em entrevista coletiva pela Prefeitura de Salvador nesta segunda-feira, 15, o vice-prefeito da cidade, Edvaldo Brito, falou sobre o trabalho de fiscalização realizado até agora.
Uma das classes mais interessadas na aplicação do estatuto é a dos cordeiros, que sonha com melhores condições de trabalho. No entanto, blocos têm descumprido itens básicos como a obrigatoriedade do uso de sapatos fechados e de luvas.
O próprio vice-prefeito disse ter observado diversas irregularidades no domingo durante a passagem dos trios, quando estava no Hotel da Bahia. “Fiquei contando quantos cordeiros estavam usando o par de luvas e quantos calçavam sapatos fechados. A prefeitura também está fotografando as irregularidades”, disse o político, que afirma que os blocos que estão desrespeitando as regras receberão punições como aplicações de multas em dinheiro, a perda da ordem no desfile e até o descredenciamento para o Carnaval 2011, nos casos mais graves.
Em 2009, quando ainda não existia o Estatuto do Carnaval, apenas três blocos andaram na linha. Ilê Ayê, Filhos de Gandhy e Meu e Seu deram exemplo, enquanto outras dezenas não cumpriram orientações básicas, como o fornecimento de água aos cordeiros.
ESPETINHOS – Manhã de segunda-feira e basta dar uma circulada de cinco minutos pelas ruas em torno do Circuito Campo Grande para constatar muitos espetinhos de madeira jogados no chão, sinal de que foram comercializados e consumidos por foliões no dia anterior.
Até agora foram apreendidos 269 espetinhos, número ínfimo se comparado à quantidade de fiscais que trabalham para fazer valer o estatuto. São 3 mil pessoas, sendo 2 mil contratos temporários e outros mil a serviço da prefeitura, que tem ainda a ajuda de mil guardas municipais no serviço.