Terremoto no Chile: Após se reunir com Bachelet, Piñera pede ‘união nacional’

do G1

Presidente eleito tomará posse no dia 11 de março. Ele enfatizou que é urgente ‘restabelecer a ordem pública’.

O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, pediu neste domingo (28), depois de se reunir com a atual presidente, Michelle Bachelet, para se “atuar com sentido de união nacional”, a fim de enfrentar a tragédia vivida pelo país por causa do terremoto do sábado (27).

Piñera – que horas antes da reunião tinha criticado a demora do governo em decretar o estado de exceção e lançar mão dos militares para frear os atos de pilhagem e saques em algumas cidades – mudou seu discurso depois de se reunir com Bachelet.

“Hoje pedimos ao governo que decretasse o estado de catástrofe – que permite a intervenção das Forças Armadas em matéria de segurança pública – e nos alegramos de que o tenha feito”, disse Piñera.

Piñera receberá o comando do país no dia 11 de março, das mãos de Bachelet em cerimônia “austera e simples” que levará em conta o difícil momento pelo qual atravessa o país. Ele enfatizou que o mais urgente neste momento é “restabelecer a ordem pública para levar tranquilidade aos cidadãos”, assim como a provisão de água e eletricidade.

“A partir do dia 11 de março nosso futuro governo vai ter de assumir esta responsabilidade”, assinalou o governante eleito, destacando a “boa vontade” que encontrou durante sua reunião com a presidente socialista. “Buscamos mecanismos de coordenação e colaboração para que exista continuidade na ação”, destacou Piñera, realçando que “o mais sensível e doloroso é a perda de vidas”.

“Infelizmente o número de pessoas desaparecidas vai aumentar, porque há pessoas desaparecidas e sob os escombros”, assinalou o futuro presidente, insistindo que “nos próximos dias há demandas muito urgentes”.

“Nosso programa de governo não contemplava o fato de que tínhamos que enfrentar a reconstrução de tudo o que o terremoto destruiu”, e por isso ele pretende fazer mudanças nos planos iniciais. “Somos conscientes de que no dia 11 de março vamos assumir não só a responsabilidade de continuar com as medidas de emergência, mas de enfrentar o processo mais longo e penoso: construir o que o terremoto destruiu”, disse.

Para isso, a futura equipe do governo de Piñera começou ainda neste sábado a trabalhar no programa de reconstrução das regiões devastadas pelo tremor e o posterior tsunami.

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O dirigente conservador advertiu que serão necessários “muitos esforços, trabalho e recursos, além de tempo”, e anunciou que além das medidas do governo e os recursos públicos, será necessário o esforço de todos os cidadãos e também do setor privado.

“Isto não compete apenas ao Estado, mas a toda a sociedade chilena, pois centenas de milhares de chilenos estão sendo brutalmente golpeados por este terremoto. Eles não só necessitam da ajuda do governo, mas da solidariedade de toda a sociedade chilena”.