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‘Ficou faltando o Flamengo’, revela o ex-treinador Carlos Alberto Parreira

Globoesporte.com

‘EE de Bolso’ acompanha a entrevista de Régis Rösing com o tetracampeão do mundo, que preparou uma supresa para a esposa.

Parreira sendo entrevistado em sua residência

Quarenta e três anos de profissão. Trinta como treinador de futebol, 13 como preparador físico. Oito Copas do Mundo, duas no comando da Seleção Brasileira. Um título mundial, em 1994, nos EUA. Esses são alguns números de Carlos Alberto Parreira, técnico de formação, que nunca atuou dentro dos gramados e que, no anúncio de sua aposentadoria, falou sobre sua esposa, Leila, as polêmicas de 2006 e o desejo não realizado de ter trabalhado no time de maior torcida do Brasil, o Flamengo.

Parreira comandou o Fluminense e conquistou o Brasileiro de 1984 e a Série C de 1999. No Parque São Jorge, foi campeão da Copa do Brasil e do Torneio Rio-São Paulo, ambos em 2002, com o Corinthians. Ainda treinou São Paulo, Atlético-MG, Santos, Internaciona, entre outros clubes. Mas o tetracampeão do mundo não conseguiu realizar um desejo: treinar o Flamengo.

– Convites não faltaram, não é demagogia, mas eu não pude aceitar por questões específicas em cada momento. Mas ficou faltando o Flamengo. Houve o convite, mas sempre havia um impedimento. Evidente que na vida de um técnico ter dirigido um clube de massa como o Flamengo teria sido importante – afirma Parreira, mas lembra que são as equipes que escolhem o treinador, e não o contrário.

Parreira x Domenech

Uma das polêmicas que Parreira comentou foi sobre a recusa de um aperto de mão do técnico francês Raymond Domenech, que o eliminou no Mundial de 2006, após a derrota para a seleção sul-africana na Copa do Mundo de 2010. Segundo o treinador brasileiro, tudo começou com uma declaração sua sobre uso de tecnologia na arbitragem após o gol polêmico do atacante Thierry Henry sobre a Irlanda – o que garantiu a classificação da França para o mundial da África do Sul. Para Parreira, Domenech interpretou erradamente, achou que ele falara mal de sua equipe:

– Ele guardou aquilo e oito meses depois mostrou como estava totalmente destemperado e perdido. Não deixei de dormir por causa da reação dele. No fim, ficou mal para ele. A opinião pública na França é muito forte e ele terminou muito criticado, inclusive no parlamento por causa de sua reação. Atribuem à isso, fora alguns fatores, a demissão dele.

Eliminação na Copa do Mundo da Alemanha (2006)

Já no Mundial de 2006, na França, quando a Seleção Brasileira perdeu para os anfitriões nas quartas de final, Parreira justificou a eliminação pelo fato dos jogadores estarem “empanturrados” e de “barriga cheia”:

– Quando você vem de uma derrota parece que as lições são melhor aprendidas. Você procura não cometer os mesmos erros. Quando vem de uma campanha vitoriosa é diferente. Nosso time conseguiu resultados interessantes antes do Mundial, na Copa América, na Copa das Confederações, nas eliminatórias, mas na Copa do Mundo deu para perceber que o comprometimento e a disposição não eram o mesmos que de Copas anteriores, como em 94 e 70. Quando você está com fome você vai e come com vontade, quando está de barriga cheia pode botar um prato de caviar na sua frente que você não quer.

Parreira ainda lembrou que naquela partida, contra a França, havia um Zidane inspirado. O ex-treinador eximiu de culpa o lateral Roberto Carlos no erro de marcação que originou o gol de Henry:

– Roberto Carlos em nenhum momento era responsável pela marcação de nenhum dos atacantes, seria até uma falta de bom senso colocar ele para marcar um atacante de 1.90m. Ele não teve culpa nenhuma naquele gol. A marcação já estava designada e alguém bobeou e deixou o atacante francês livre, que acabou decidindo um jogo que até então estava morno.

Desafio no Oriente Médio

O ex-técnico relembrou os momentos em que passou ao lado de Zagallo no Kwait. Em 1976, os dois foram os primeiros brasileiros a trabalhar no Oriente Médio, onde passou a ser aplicada a escola brasileira de futebol. Com uma oposição muito grande, principalmente dos britânicos que dominavam a região, Parreira permaneceu no país árabe após a volta de Zagallo ao Brasil e continuou treinando a seleção prinicipal. Para ele, foi a época em que se projetou como treinador, culminando com a classificação para a Copa de 82 na Espanha:

– Foi um trabalho  que, durante oito anos, me deu muita admiração em ver um futebol com pouca qualidade técnica crescer, passar por uma Olimpíada (Moscou) e chegar até um Mundial.

Perguntado sobre a decisão de deixar a profissão de treinador, Parreira contou que passou 30 anos de sua carreira dirigindo seleções nacionais. Sempre que era procurado, aceitava desafios e aprendia sozinho ao longo dos anos e das diferentes situações. Mas, após o Mundial da África do Sul, seu interesse mudou, recebeu propostas, mas não aceitou.

– Nunca tinha dirigido um país sede de Copa do Mundo e consegui este feito na África do Sul. É incrível você ter a motivação de todos os níveis da sociedade, um comprometimento desde o presidente até o torcedor. Você acaba tendo que se doar muito mais ao trabalho. Mas quando voltei, em agosto, não queria ficar mais quatro anos fora do Brasil. Queria ficar aqui perto
dos meus amigos e da minha família.

Família e homenagem à esposa Leila

Se falta um clube como o Flamengo no currículo, na família não falta nada. Parreira tem os netos, as filhas e, em especial, a esposa Leila, que o acompanhou em sua empreitada no Kwait na época em que as facilidades atuais não existiam. Em sua homenagem, o ex-técnico decidiu escolher uma música na voz de Maria Bethania, “sonho impossivel”, que não tem nada a ver com futebol, mas que representa a vida do casal e celebra seus 43 anos de carreira. Sobre a aposentadoria do marido, Leila não tem dúvidas:

– Eu sou a pessoa mais feliz do mundo com a decisão dele.

Parreira quer ficar ligado ao futebol até por não conseguir se desligar de uma vida de 43 anos só voltada para o esporte. Dentro das possibilidades, ele cita a direção técnica de um clube, consultoria ou formação de jogadores. O ex-técnico diz estar tudo em aberto depois das férias.

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