Candidato influencia mais que partido, afirma cientista político

A Tarde

Enquanto o PMDB apóia ACM Neto (DEM) em Salvador, ex-candidato Mário Kértesz declarou apoio à Pelegrino (PT) e desligamento do partido dos irmãos Vieira Lima. Para quem irão os votos deste candidato?

Os mais de 120 mil votos obtidos pelo candidato Mário Kértesz (PMDB) no primeiro turno já estão sendo disputados por ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), que vão polarizar o segundo turno. A dúvida é saber quem levará vantagem: o DEM, que conta com o apoio partidário do PMDB, ou o PT, que tem a seu lado o radialista.

Para o cientista político Joviniano Neto, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), neste primeiro momento Kertész tem maior peso, não por ser radialista, o tribuno popular que dá voz às demandas da sociedade. Mas porque ele é o “rosto”, o candidato do partido. “Para o eleitor que foi convencido a votar em Mário, tem mais crédito o candidato, do que propriamente o PMDB de Geddel, que, inclusive, não tem tanta implantação em Salvador”, explica Joviniano.

O professor assinala, contudo, que se houver um direcionamento da atuação das bases partidárias do PMDB – vereadores, lideranças, cabos eleitorais – para ACM Neto, pode ser que a candidatura do democrata saia fortalecida. Ou seja, absorva a maior parte dos votos dados a Kertész.

Não por acaso nesta quinta-feira à tarde, um dia depois da adesão do PMDB à candidatura do DEM, o  PMDB fez sua primeira reunião de trabalho com o DEM e colocou sua estrutura política, partidária e logística à disposição de ACM Neto. “O objetivo é deixar claro que nosso apoio a Neto não é apenas no discurso. Vamos para a rua, com nossos candidatos, a militância, carros de som. Não tenho dúvidas que essa estrutura garantirá os votos necessários para Neto ser o vencedor nas urnas”, disse Lúcio Vieira Lima, presidente do PMDB na Bahia.