Familiares e amigos de vítimas realizam manifestação na BA-099, nesta segunda-feira (20), para pedir justiça.
Um grupo realiza um protesto, na tarde desta segunda-feira (20), em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, para pedir justiça por conta da chacina que deixou seis mortos no bairro de Portão, na cidade, no final de semana. De acordo com informações da Polícia Militar, o grupo saiu em caminhada do bairro do Portão, por volta das 16h, e segue pela BA-099, conhecida como Estrada do Coco, no sentido Salvador. A polícia disse que familiares e amigos das vítimas participam do ato. Não há informações sobre a quantidade de manifestantes.
No protesto, ainda de acordo com a Polícia Militar, o grupo deixa apenas uma pista disponível para o tráfego de veículos. Por conta disso, o trânsito na região está lento. Nesta segunda, o comércio e até uma escola municipal que fica na localidade conhecida como Lagoa dos Patos, onde os três suspeitos de envolvimento na chacina foram mortos, ficaram fechados. No local, os moradores afirmaram estar com medo. A Secretaria de Segurança Pública informou que a segurança na região foi reforçada desde o sábado, quando os crimes ocorreram.
Investigação
A polícia suspeita que a chacina aconteceu após os atiradores não encontrarem o real alvo do crime. Três suspeitos foram mortos em confronto com a polícia, no domingo. De acordo com a polícia, os homens que atiraram contra as vítimas estavam à procura de uma mulher, que seria membro de uma facção rival a dos suspeitos. A identidade dela não foi revelada. Segundo a polícia, o crime foi motivado por disputas de tráfico de drogas. A ação começou na Rua Santo Antônio, onde estavam a mulher e um adolescente. Ela conseguiu fugir, mas o jovem – identificado como Pablo Ferreira dos Santos, de 15 anos – foi baleado no peito. Ele morreu ainda no local. A polícia não informou se eles estavam juntos.
Depois do ataque, os homens seguiram para Rua Boca da Mata, a cerca de 1,4 km da Rua Santo Antônio. Nessa via, os suspeitos procuraram a mulher e não encontraram. Eles então atiraram contra moradores que estavam sentados em um banco, conversando na frente de uma casa. Seis pessoas, ao todo, foram baleadas, sendo que três são da mesma família: uma tia e dois sobrinhos. Uma moradora da localidade, que não quis se identificar, era vizinha das vítimas e contou os momentos de terror vividos durante o tiroteio.
“Eu pensei que tinha sido bomba. De repente, eu vi que não era bomba, que era tiro. Estava na varanda da minha casa, quando eu comecei a mandar todo mundo se jogar no chão, porque foi sem palavras. Só quem estava que sabe o pânico que foi”, disse ela. Depois que os atiradores foram embora, ela correu para prestar socorro aos feridos, junto com outros moradores da região. “A gente tentou socorrer, levamos para o hospital. Ainda consegui falar com uma das pessoas que eu socorri. Ele me pedia para não morrer, para que eu salvasse a vida dele porque ele estava sentindo muito calafrio. Eu falei para ele: ‘Calma, você não vai morrer, você só tomou esse tiro aqui’. Aí ele me disse: ‘Não, eu tomei mais tiros nas costas, minha tia’”. // G1 Bahia.