Brasil e EUA estão de acordo em evitar armas nucleares no Irã, diz Hillary Clinton no Itamaraty

fonte_g1do G1

Secretária de Estado dos EUA faz visita ao Brasil nesta quarta-feira. Em coletiva, ela disse que discutiu proliferação de armas com Amorim.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse nesta quarta-feira (3), em entrevista no Itamaraty, que conversou sobre o Irã com o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. Hillary afirmou que os Estados Unidos e o Brasil estão de acordo que é preciso evitar que o Irã desenvolva armas nucleares. "Melhoramos cada vez que ajudamos os outros a melhorar. Debatemos (no encontro com Amorim) o valor central da não proliferação e o nosso comprometimento comum de fazer com que o Irã não tenha armas nucleares", disse a secretária de Estado.

Os Estados Unidos têm demonstrado preocupação com o desenvolvimento do programa nuclear daquele país. O Brasil, por sua vez, defende o diálogo, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o Irã em maio.

Questionado sobre o motivo pelo qual o Brasil estaria se recusando a pressionar o Irã com sanções, como defende os EUA, Amorim defendeu a posição brasileira. “Cada país tem que pensar com a sua própria cabeça. Nós pensamos com a própria cabeça. Nós queremos um mundo sem armas nucleares e certamente onde não exista proliferação. A questão é de saber qual é o melhor caminho para chegar lá”, afirmou Amorim.

O ministro defendeu mais tempo para dialogar com o Irã. Ele também lembrou que o Brasil ainda não manifestou sobre como vai se posicionar no Conselho de Segurança da ONU sobre a questão iraniana. “Nunca disse como o Brasil vai votar no Conselho de Segurança. Mas acreditamos que seria bom colocar um pouco de ar fresco nas negociações. Queremos chamar os líderes do projeto nuclear do Irã para uma conversa”, afirmou Amorim.

No entanto, Hillary disse que o Irã estaria enganando países como China, Turquia e o próprio Brasil ao apresentar discursos diferentes sobre seu programa nuclear. “Vamos continuar a trabalhar no Conselho de Segurança e tomar decisões sempre pacificamente, mas o que estamos observando é que o Irã vai para China, Brasil e Turquia e conta histórias diferentes para continuar sustentando seu projeto e evitar sanções”, afirmou Hillary.

“O Brasil pensa que ainda há possibilidade de negociações. Achamos que um esforço do Irã de boa fé em favor das negociações seria bem-vindo. Mas até agora não vimos esse esforço. Por isso estamos consultando os nosso amigos brasileiros porque vamos ter que tomar sanções”, complementou.

A secretária de Estado afirmou não ter esperanças nas negociações com o governo iraniano. “Temos o mesmo objetivo. Achamos que a negociação e o diálogo são o melhor caminho do que a pressão. Infelizmente, o gesto do presidente Obama em relação aos iranianos não teve resultado. Aprendemos que os iranianos no início pareciam abertos à ideia de permuta com a França para receber o urânio enriquecido. Mas aprendemos que o Irã recusava essa oferta inicial”, afirmou Hillary.

Haiti

Hillary disse admirar o trabalho e a liderança brasileira no Haiti, país devastado por um terremoto de 7 graus de magnitude no começo do ano. “Falamos de questões regionais. Principalmente Haiti e Chile. Mais Haiti porque é o país mais necessitado. Apreciamos muito a liderança do Brasil no Haiti. O Brasil é um dos elementos chave da comunidade internacional e seu comprometimento em favor do Haiti.

A secretária norte-americana também falou do Chile e pregou união entre os países no momento de crise: “Examinamos o esforço de socorro no Chile e a importância de o países das Américas se reunirem em tempos de crise.”

Venezuela

Questionada sobre as polêmicas com o governo venezuelano de Hugo Chávez, Hillary disse ver com preocupação a relação da Venezuela com os países vizinhos como o Brasil. “Não participamos de qualquer atividade que tenham intenção de prejudicar venezuelanos. Temos preocupação e achamos prejudicial as relações do governo venezuelano com os países vizinhos. Esperamos que possa haver um novo início por parte da autoridade venezuelana para restaurar a liberdade de imprensa e de mercado. Que a Venezuela olhe para os exemplos brasileiros e chilenos”, afirmou.

“Sem concordar com todas as palavras de Hillary”, Amorim disse compartilhar da afirmação da secretária dos EUA de que a Venezuela “precisaria olhar mais para o Sul”: “Foi por isso que convidamos a Venezuela para o Mercosul.”

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