Mesmo assim, os técnicos continuam atentos às questões externas, ressabiados com o tranco que a economia brasileira - que vinha com um bom desempenho - levou a partir de 2008, por causa de problemas na economia mundial.
"O risco externo sempre há. Até porque houve o problema da confusão em que se meteram os países lá fora, principalmente os Estados Unidos, com a questão regulatória dos bancos. Há a China, que as pessoas se preocupam se vai continuar com esse ritmo chinês de crescimento. Acho que a China não é problema", disse Souza.
Por outro lado, ele acredita que a Grécia e a Alemanha indicam que começaram a sair da crise e as últimas notícias sobre a economia dos Estados Unidos são boas. "A menos se houver uma reversão muito grande e fora de série, as condições para a gente são boas. Não a melhor do mundo. A gente gostaria que fosse bem mais. Mas dadas as condições lá fora, não há grandes riscos, não", avaliou o assessor, lembrando que essa é uma análise muito difícil.
O coordenador-geral de Política Sociais da SPE, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, disse que, se por um lado temos as importações ajudando no combate à inflação, do outro temos as exportações provocando déficit em transações correntes. Mas, ao mesmo tempo, esse déficit vai ser protegido pelo investimento em carteira e investimentos estrangeiros diretos no país.
Já Souza destaca que é importante notar a diversificação dos parceiros que o Brasil tem para enfrentar a adversidade no comércio exterior nesses momentos de crise. "Não somos o México. A gente não está plugado em um país só, grande [EUA]. E tem as oportunidades que sempre aparecem, como a reconstrução do Chile [por parte das construtoras brasileiras]".
Os números da balança comercial têm preocupado, porque em fevereiro foi registrado um superávit de US$ 394 milhões, com exportações de US$ 12,197 bilhões e importações de US$ 11,803 bilhões. No mesmo mês de 2009, o superávit comercial chegou a ser quatro vezes maior - US$ 1,761 bilhão.
Além do mais, com o déficit comercial de US$ 166 milhões registrado em janeiro e o resultado de fevereiro, a balança comercial nos dois meses do ano teve superávit de US$ 228 milhões, 81,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2009 (US$ 1,232 bilhão). Nos dois meses do ano, as exportações ficaram em US$ 23,502 bilhões e as importações, em US$ 23,274 bilhões.
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