A Polícia Civil do Paraná localizou, no início da tarde desta segunda-feira (9), o corpo de Raissa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, eleita Miss Serra Branca Teen da Bahia em 2020. O desfecho macabro do desaparecimento da jovem ocorreu após o humorista Marcelo Alves, de 44 anos, amigo de longa data de Raissa, confessar ser o autor do crime. Ele levou uma equipe de investigação até uma área de mata no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, onde o corpo estava enterrado enrolado em uma lona.
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Raissa havia desaparecido no dia 2 de junho deste ano, deixando familiares e amigos preocupados. Natural de Paulo Afonso (BA), ela residia há três anos na capital paranaense e, segundo apurado pelo Blog do Marcelo, se preparava para mudar para Sorocaba (SP) em busca de novas oportunidades profissionais.
Confissão e motivação do crime
De acordo com a delegada Aline Manzatto, responsável pelas investigações, Marcelo afirmou ter matado Raissa por estrangulamento com o uso de uma abraçadeira plástica. Na manhã desta segunda-feira, ele procurou a polícia e revelou detalhes do homicídio. O humorista disse que conhecia a vítima desde a infância, quando ambos moravam na Bahia, e que chegou a treiná-la em Kung Fu em um projeto social do qual era responsável.
"Eles já tinham um relacionamento desde a infância. Ele conhecia tanto a Raissa quanto toda a família dela. Quando veio para Curitiba, acabou convidando a Raissa também para uma oportunidade de emprego aqui", explicou a delegada. No entanto, o convite profissional escondia intenções mais profundas: Marcelo admitiu estar apaixonado por Raissa, sentimento que não era recíproco. No dia do crime, ele teria buscado a jovem sob a promessa de ajudá-la a conseguir um emprego em São Paulo. Após almoçarem juntos, seguiram para a casa dele. Foi lá que tudo desandou. "Ele contou à vítima que estava apaixonado por ela, mas foi rejeitado e xingado. Isso despertou uma ira nele. Disse que ficou com ódio, descontrolado, pegou o fio plástico e a estrangulou", relatou a delegada.
Depoimento do filho e ocultação do cadáver
Após o assassinato, Marcelo deixou o corpo num cômodo da residência e retornou dez minutos depois, percebendo que Raissa já estava morta. Ele então enrolou o corpo em uma lona, amarrou com fita adesiva e chamou o próprio filho, que, ao saber do ocorrido, tentou convencê-lo a se entregar às autoridades. Contudo, o humorista decidiu ocultar o cadáver.
Usando um carro emprestado de um amigo, ele dirigiu até Araucária, acompanhado do filho, e enterrou o corpo em uma região de mata. Segundo informações da polícia, o homem demonstrou arrependimento durante o depoimento, colaborando com as investigações ao levar os agentes até o local exato do sepultamento.
Defesa nega premeditação
O advogado de defesa de Marcelo, Caio Percival, afirmou que não houve premeditação no crime e classificou o caso como "passional". "Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes e nunca esteve envolvido em problemas com a lei. Infelizmente, foi arrastado pelas barras da paixão a essa situação que foge do normal", declarou. O advogado destacou ainda duas possíveis atenuantes para redução da pena: a confissão espontânea e o domínio de violenta emoção logo após uma injusta provocação da vítima, referindo-se à discussão entre os dois antes do crime.
Amigos e familiares lamentaram profundamente a morte de Raissa, descrita como uma jovem dedicada e cheia de sonhos. Além do título de Miss Serra Branca Teen, ela era reconhecida por sua simpatia e determinação. Agora, buscam apoio para lidar com a dor da perda inesperada e cobram justiça pela vida interrompida tragicamente. O caso segue sob investigação, e Marcelo permanece preso à disposição da Justiça.
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