Os 11 lotéricos de Itabuna enfrentam uma queda-de-braço com a Caixa Econômica Federal e continuam vendendo bolões, desafiando a proibição determinada pelo banco depois que apostadores de Novo Hamburgo (RS) ganharam R$ 53,4 milhões na Mega-Sena, mas uma funcionária da lotérica não registrou o bolão e eles não receberam o dinheiro.
Segundo o representante da categoria em Itabuna, Ronald Kalid, “o problema no Sul do País foi um caso isolado, que está na esfera policial, e, quando houver decisão judicial, ela não terá influência sobre o restante do País, onde funcionam 11 mil lotéricas, que empregam 50 mil pessoas”.
A briga com a Caixa, que pode até descredenciá-los por desobediência, segundo Kalid, é “para manter uma fonte de arrecadação, que significa 30% do faturamento das lotéricas, de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os outros 70% são dos jogos e das autenticações, pagamentos de contas”.
De acordo com a assessoria do Escritório de Negócios da Caixa, de Itabuna, o bolão é uma invenção dos lotéricos que nunca foi reconhecida ou regulamentada. Ainda conforme a assessoria, a Caixa nunca pagou um documento chamado bolão, mas volantes com apostas individuais. Se nesses volantes premiados houver participação de mais pessoas, cabe a quem recebeu o prêmio dividi-lo com os demais apostadores. “Eles fizeram o jogo, confiando na lotérica, que é a responsável pelo bolão”, informou a assessoria.
Alheios à polêmica, muitos clientes continuam apostando no sonho de ganhar uma bolada para pagar as dívidas. Uma professora, que não quis se identificar, diz que costuma pagar suas contas na lotérica Trevo da Sorte, no Centro, e sempre compra um bolão. O aposentado Mário Aparecido Nunes comprou um, no Centro Lotérico de Itabuna, um dos mais movimentados da cidade. Ele pagou R$ 6 na aposta e vai concorrer junto com mais 21 pessoas.
Ronald Kalid, dono da loja Trevo da Sorte, argumenta que o bolão não é ilegal. A Receita Federal já se posicionou e orientou os lotéricos sobre como declarar o imposto de renda para os prêmios em aposta conjunta, e a Caixa Econômica Federal reconhece a arrecadação com a venda de bolões como composição de receita de cada lotérica.
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