O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom) na Bahia, Carlos Alberto Vieira Lima, estima que aproximadamente 6,5 mil unidades habitacionais sofram atraso na entrega devido à paralisação. Ele propõe aos trabalhadores dos três municípios as mesmas condições acordadas com a categoria em Salvador, 10% de reajuste salarial e mais 12% na cesta básica. A categoria reivindica 12% de reajuste salarial, mais 50% de aumento na cesta básica.
“Propusemos os mesmos percentuais, mas eles estão irredutíveis. Não há justificativa para os trabalhadores de Camaçari receberem mais benefícios que os de Salvador”, disse o presidente do Sinduscom, contando que as negociações foram concluídas em 360 municípios baianos.
No Residencial Parque São Vicente, em Camaçari, aproximadamente 500 trabalhadores estão parados. “Só estamos com 14 pessoas trabalhando nos serviços de água e esgoto, além do administrativo”, afirma o engenheiro da obra, Arnaldo Souza Moreira. Preocupado com o atraso no cronograma, ele conta que, se a greve se estender por mais tempo, pode inviabilizar a continuidade da obra.
“Estamos preocupados com o início do período de chuvas. Se a chuva começar, vamos precisar parar a obra sem data para retomar”, afirma o engenheiro Raimundo Nonato Ferreira da Silva. A obra do Residencial Parque São Vicente estava prevista para ser entregue em junho, mas, por conta do movimento grevista, ela pode atrasar em mais de um mês.
Sindicato - O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Manutenção e Montagem de Camaçari, Antônio Ubirajara Santos Souza, que representa a classe nos três municípios, argumenta que historicamente os trabalhadores de Camaçari e região costumam ganhar mais que os de Salvador. Exemplo disso é a cesta básica de R$ 80 nesses municípios, enquanto em Salvador os trabalhadores recebem R$ 70.
Os trabalhadores de Camaçari e região pedem 12% de reajuste salarial, mais 50% na cesta básica. “Conseguimos fechar este acordo individualmente com cerca de 40% das empresas, mas o sindicato patronal fechou as portas de negociação desde o início da greve”, contou.
O engenheiro Cleiton Gonzaga trabalha em uma das empresas que fechou negociação com os trabalhadores em Lauro de Freitas. “Aqui, nós só ficamos com a obra parada durante uma semana”, disse. De acordo com ele, o atraso em uma semana não deve alterar o cronograma de obras, mas as equipes se intensificaram. “Antes da greve, por exemplo, nós não trabalhávamos aos sábados, e agora nós vamos trabalhar”.
O mestre-de-obras da empresa, José Jorge Pires da Gama, conta que a negociação foi feita pelo sindicato e que os trabalhadores da obra obedeceram ao acordo. “Quando o sindicato disse que podíamos voltar ao trabalho, nós voltamos”, disse. Há 11 anos trabalhando no mercado baiano, ele não vê diferença entre as condições trabalhistas da capital e Região Metropolitana de Salvador.
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