Quarta fase da operação revela esquema de corrupção em municípios baianos, com mandados de busca e apreensão cumpridos em várias cidades.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (27) a quarta fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e fraudes licitatórias em municípios da Bahia. Entre as medidas cautelares determinadas pelo ministro Nunes Marques, relator das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), estão o afastamento dos prefeitos de Ibipitanga (BA), Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira (PT), e de Boquira (BA), Alan Machado (PSB). Ambos são suspeitos de participar de um esquema de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.

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Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, os alvos da operação são acusados de integrar uma organização criminosa que desviava verbas destinadas ao desenvolvimento de pequenos municípios baianos. As investigações indicam que o grupo agia desde 2021, utilizando emendas parlamentares para liberar recursos federais em troca de propinas. Os repasses eram direcionados aos municípios de Boquira, Ibipitanga e Paratinga, mas acabavam sendo desviados por meio de contratos fraudulentos com empresas de fachada.

Além dos prefeitos afastados, a operação também mirou o ex-prefeito de Paratinga, Marcel José Carneiro de Carvalho, que foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Ao todo, 16 mandados foram cumpridos nas cidades de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga, com apoio da Receita Federal.

Deputado federal tem sigilo telefônico quebrado

O deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) confirmou à CNN Brasil que um assessor de seu gabinete foi afastado pelo STF no âmbito da investigação. O funcionário, que atuava como coordenador da equipe parlamentar e era considerado de "extrema confiança" pelo parlamentar, está entre os alvos da operação. Além disso, o próprio deputado teve seu sigilo telefônico quebrado, mas afirmou que ainda não recebeu informações detalhadas sobre a ação policial. “Foi uma surpresa, porque minhas emendas sempre foram destinadas aos municípios onde sou votado, onde tenho representação. Sempre mandei recursos para essas regiões”, declarou Mendonça Júnior.

Crimes investigados

Os crimes sob investigação incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro. Conforme as autoridades, o esquema envolvia pagamentos de propina para garantir a liberação de emendas parlamentares entre 2021 e 2024. Os valores desviados seriam usados para enriquecimento ilícito e financiamento de campanhas eleitorais. A operação marca mais um capítulo na luta contra a corrupção no Brasil, reforçando a importância do controle rigoroso dos recursos públicos destinados ao desenvolvimento regional. A sociedade aguarda agora os próximos desdobramentos das investigações e as possíveis punições aos envolvidos.