O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu, nesta semana, o seu pior índice de desaprovação desde o início do atual mandato. Segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (4), 57% dos eleitores brasileiros desaprovam a gestão do petista — uma alta de um ponto percentual em relação à última pesquisa, realizada no final de março. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
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A aprovação do governo caiu para 40%, também dentro da margem de erro, marcando o menor patamar desde janeiro de 2023. Os dados são resultado de levantamento encomendado pela Genial Investimentos e realizado entre os dias 29 de maio e 1º de junho, com 2.004 entrevistados em todo o país. O nível de confiança da pesquisa é de 95%. O estudo revela ainda mudanças significativas nos grupos sociais e regionais tradicionais de apoio ao presidente. Pela primeira vez desde o início do mandato, católicos passaram a desaprovar o governo em maior proporção do que aprovam. Entre os brasileiros com ensino fundamental, há empate técnico inédito entre aprovação e desaprovação. Já no Nordeste, região historicamente favorável a Lula, a aprovação voltou a superar a desaprovação após um empate registrado na sondagem anterior.
Na questão regional e de renda, os resultados mostram que entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, houve leve piora na avaliação, mantendo empate técnico entre aprovação e desaprovação. Entre os mais ricos, o presidente segue sendo mais rejeitado, mas houve leve melhora na avaliação positiva. Apesar da piora na imagem do presidente, a pesquisa aponta alguns sinais de alívio na percepção econômica. A parcela dos brasileiros que considera que a economia piorou caiu de 56% para 48%. Também diminuiu o número de pessoas que relataram aumento de preços. Mesmo assim, a maioria continua avaliando negativamente o poder de compra em comparação ao ano anterior.
O escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aparece como fator central na deterioração da imagem presidencial. Segundo o levantamento, 31% dos entrevistados culpam diretamente o governo Lula pelo desvio de recursos de aposentados e pensionistas. Em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), 50% dos brasileiros afirmam que o Executivo errou ao manter a elevação da alíquota para operações com dólar. Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, o cenário reflete uma estabilidade conjuntural: "Por um lado, medidas recentes como isenção de IR até R$ 5 mil, novo vale gás e conta de luz gratuita para beneficiários do CadÚnico foram bem recebidas. Por outro, o escândalo do INSS tem um impacto muito superior na opinião pública", afirmou. Segundo apurado pelo Blog do Marcelo , o governo tem trabalhado internamente para conter os danos políticos causados pela crise no INSS, enquanto tenta impulsionar a recuperação econômica com novas medidas assistenciais. A expectativa é de que essas ações ajudem a reverter a tendência negativa nas pesquisas nas próximas semanas.
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