A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (25) a adoção da bandeira tarifária vermelha no patamar 2 para o mês de agosto. A decisão implica um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos nas contas de luz de todo o país. O retorno ao patamar mais alto do sistema de bandeiras reflete a piora nas condições de geração de energia, especialmente devido ao baixo volume de chuvas nos principais reservatórios hidrelétricos.
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O acionamento da bandeira vermelha 2 é uma medida adotada pela Aneel quando as condições de geração hidrelétrica são extremamente desfavoráveis. Com os níveis dos reservatórios baixos, o sistema elétrico precisa recorrer com maior frequência às usinas termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis e têm custos de produção significativamente mais altos. Esse aumento nos custos operacionais é repassado diretamente ao consumidor por meio da cobrança adicional.
Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, fontes próximas ao setor elétrico indicam que a previsão hidrológica para os próximos meses ainda não mostra sinais de recuperação consistente, o que pode manter o sistema sob pressão até o fim do ano. “O cenário é preocupante, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde os reservatórios estão operando abaixo da média histórica”, afirmou uma fonte que acompanha de perto as decisões da agência reguladora.
O sistema de bandeiras tarifárias, criado para sinalizar ao consumidor os custos reais da geração de energia no Brasil, funciona com cores que indicam o nível de escassez ou abundância hídrica. A bandeira verde, que não gera custo extra, é acionada em condições favoráveis. Já a amarela (R$ 1,88 por 100 kWh) e as duas variações da vermelha (R$ 4,46 e R$ 7,87 por 100 kWh) são usadas conforme o aumento no custo de geração.
Para uma residência média, com consumo entre 150 kWh e 200 kWh por mês, a nova bandeira pode representar um acréscimo de até R$ 15,74 na conta de agosto. Uma família que consome 200 kWh, por exemplo, pagará R$ 15,74 a mais apenas pela taxa da bandeira, sem considerar outros encargos ou variações no consumo. A Aneel reforça que o sistema permite maior transparência e ajuda a incentivar o uso consciente de energia, especialmente em períodos de escassez. No entanto, especialistas alertam que o recorrente acionamento de bandeiras vermelhas nos últimos anos revela uma vulnerabilidade estrutural no modelo de geração brasileiro, ainda muito dependente de fontes hídricas. Com a seca persistindo e as termelétricas operando em níveis elevados, técnicos do setor preveem que o patamar 2 possa permanecer por mais de um mês, dependendo da evolução das chuvas nas bacias hidrográficas. Enquanto isso, o consumidor é orientado a redobrar os cuidados com o consumo de energia, especialmente em horários de pico.
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