Tech: Microsoft aponta as 40 profissões mais impactadas pela Inteligência Artificial. Algumas devem desaparecer

Cientistas criaram um indicador chamado “índice de aplicabilidade da IA”, que mede o grau em que uma profissão pode ser impactada por modelos de linguagem avançados.

As profissões que giram em torno da linguagem, produção de conteúdo, matemática, computação e tarefas repetitivas baseadas em informação estão entre as mais vulneráveis ao avanço da inteligência artificial generativa. É o que revela um estudo inédito conduzido pela Microsoft, cujos achados começam a gerar repercussão no debate sobre o futuro do trabalho. Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, a pesquisa traz dados detalhados sobre como a IA já está sendo integrada ao cotidiano profissional — e quais áreas podem sofrer maior impacto nos próximos anos.

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Intitulado “Working with AI: Measuring the Occupational Implications of Generative AI”, o estudo foi publicado em 22 de julho em formato de pré-print, ou seja, ainda sem revisão por pares, mas já com metodologia robusta e ampla base de dados. Os pesquisadores analisaram cerca de 200 mil conversas anônimas entre usuários e o Copilot, assistente de inteligência artificial da Microsoft, com o objetivo de identificar quais tarefas são mais frequentemente delegadas à IA, avaliar o desempenho da tecnologia nessas funções e estimar o quanto do trabalho humano já é complementado ou substituído por ela. Abaixo a lista das profissões mais impactadas pela chegada da IA:

  1. Intérpretes e tradutores
  2. Historiadores
  3. Comissários de bordo
  4. Representantes de vendas
  5. Redatores e autores
  6. Atendentes de suporte ao cliente
  7. Programadores de CNC
  8. Operadores de telefonia
  9. Agentes de viagens
  10. Locutores e radialistas
  11. Escriturários de corretagem
  12. Educadores em gestão agrícola e doméstica
  13. Telemarketing
  14. Concierges
  15. Cientistas políticos
  16. Repórteres e jornalistas
  17. Matemáticos
  18. Redatores técnicos
  19. Revisores e editores de texto
  20. Recepcionista
  21. Editores
  22. Professores universitários de negócios
  23. Especialistas em relações públicas
  24. Demonstradores e promotores de produtos
  25. Agentes de vendas de publicidade
  26. Escriturários de novas contas
  27. Assistentes estatísticos
  28. Balconistas de atendimento e aluguel
  29. Cientistas de dados
  30. Consultores financeiros pessoais
  31. Arquivistas
  32. Professores de Economia
  33. Desenvolvedores web
  34. Analistas de gestão
  35. Geógrafos
  36. Modelos
  37. Analistas de pesquisa de mercado
  38. Operadores de telecomunicações de segurança pública
  39. Telefonistas
  40. Professores de biblioteconomia

A partir dessa análise, os cientistas criaram um indicador chamado “índice de aplicabilidade da IA”, que mede o grau em que uma profissão pode ser impactada por modelos de linguagem avançados. Para calcular esse índice, foi utilizado o O*NET, um banco de dados nacional dos Estados Unidos que mapeia detalhes sobre funções, habilidades e estrutura de centenas de ocupações. Os resultados mostram que cargos como redatores, programadores, analistas de dados, tradutores, jornalistas e profissionais de marketing estão entre os mais expostos. Já os trabalhos que exigem forte componente físico — como operadores de máquinas, técnicos de manutenção, eletricistas e profissionais da construção civil — apresentam menor risco de automação imediata.

Apesar do cenário de transformação acelerada, a Microsoft ressalta que a maioria das profissões não está fadada à substituição total. Em vez disso, a IA atua como uma ferramenta de apoio, aumentando a produtividade e reduzindo o tempo gasto em tarefas rotineiras. “A inteligência artificial não está eliminando empregos, mas redefinindo como o trabalho é feito”, afirma um dos autores do estudo.

Os achados da Microsoft corroboram análises de outras instituições globais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa da Polônia (NASK), concluiu que cerca de 25% dos empregos no mundo estão potencialmente sujeitos a mudanças significativas por conta da IA generativa. Já um relatório recente da ONU alertou que quase metade das ocupações globais pode ser afetada, direta ou indiretamente, pela tecnologia. Especialistas ouvidos pela reportagem destacam que a transição exige políticas públicas de requalificação profissional e investimentos em educação adaptada ao novo cenário. “O desafio não é apenas tecnológico, mas social e ético. Precisamos garantir que a automação beneficie a todos, e não apenas uma parcela do mercado”, diz a economista Lígia Fonseca, pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. Com a adoção da IA em ritmo acelerado, especialistas reforçam a importância de monitorar seu impacto real no emprego — e preparar a força de trabalho para uma nova era de colaboração entre humanos e máquinas.

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