Apaixonado por lutas, lateral-esquerdo do Fluminense busca inspiração para reta final do Estadual nos campeões Anderson Silva e Minotouro
Agressividade? Apenas nos dribles. Chute? Somente em direção ao gol. Socos? Só se for para comemorar. A estrutura física, 1,73m e 65kg, e o talento para o futebol fazem dos gramados o “ringue” profissional de Julio Cesar, mas não o impedem de acompanhar quase que diariamente uma paixão que em nada se assemelha ao seu perfil: o vale tudo.
Aficionado pelo esporte que atualmente é chamado oficialmente de MMA (sigla para artes marciais misturadas, em inglês), o lateral-esquerdo tem nas lutas um hobby e nos competidores uma inspiração para entrar em campo com a camisa do Fluminense. Acostumado com o assédio dos tricolores nas ruas do Rio de Janeiro, ele foi convidado pela reportagem para viver o outro lado da moeda e acompanhou de pertinho o dia a dia dos ídolos, que encantam o mundo na base da pancadaria.
- Sou fã desses caras, principalmente os brasileiros. Para mim, é uma honra poder acompanhar o treinamento deles. A determinação para lutar, a força de vontade, a coragem... Não é fácil. O jogador de futebol também tem que ter isso – disse o jogador.
Ao lado de Anderson Silva (campeão dos pesos médios do UFC, maior evento do mundo) e Rogério Minotouro (outra estrela da companhia), Julio Cesar viveu um dia de lutador em uma academia no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Visivelmente deslumbrado, aprendeu a dar chutes, socos e compartilhou um pouco da rotina de um profissional da luta.
De cara, a apreensão presente na face do jogador antes da chegada dos ídolos se desfez com um convite inusitado.
- Vem treinar com a gente – disse Anderson Silva.
- Não dá, não. Obrigado. Meu esporte é outro. Se eu fizer isso, o Cuca me mata. – respondeu receoso o lateral do Flu. No entanto, ao perceber o tom irônico e divertido dos gigantes do ringue, Julio Cesar fez questão de elogiar.
- No começo fiquei com medo. Nós vemos os caras na TV, sempre brigando. Mas eles são tranquilos.
Foi quando ele vestiu as luvas e se arriscou em trabalhos físicos, aprendizados de boxe e troca de chutes. Sempre, lógico, com a maior precaução do mundo.
- Futebol tem contato, mas não é tanto assim, não.
Rogério Minotouro retrucou e apresentou argumentos que deixaram o tricolor sem resposta.
- Uma coisa eu posso dizer: ele apanha muito mais do que eu. Uma entrada baixa na perna, com o cara de costas, machuca muito mais.
O clima a esta altura era de vale tudo... para se divertir. Entrosados, lutadores e jogador trocaram provocações e palavras de incentivo. Vascaíno, Minotouro abriu mão até do título carioca pelo sucesso do amigo.
Com o desejo realizado, Julio Cesar se encheu de confiança e retribuiu a gentileza.
- Vocês têm que ir lá no campo depois.
Nada modesto, Anderson Silva se interessou pela brincadeira e “ameaçou” o atleta do Fluminense.
- Se eu tivesse tempo para essa parada aí, ia ser bom. Eu engano bem, jogo de lateral-esquerdo. Olha que os caras vão me contratar, hein?
Foi o golpe final antes que todos voltassem para seus treinamentos sérios: Anderson Silva e Minotouro à espera dos próximos combates, e Julio Cesar na reta final de um Campeonato Carioca, onde o lema ficou mais do que definido:
- Vale tudo pelo título!
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