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Apontado como ditador, técnico é acusado de pedir corpo mole

do Globoesporte

Jogador do Atlético de Roraima diz que lhe foi pedido para não jogar tudo que pode. Outros declaram que tiveram que lavar van para poder jogar

João Araújo, treinador do Atlético de Roraima na Copa São Paulo de Futebol Júnior, proibiu recentemente os seus jogadores de darem entrevistas ao programa “Globo Esporte”. Alegou que nenhum deles queria falar (assista ao vídeo ao lado). Mas agora, após a eliminação da equipe com três derrotas, alguns resolveram se pronunciar. Já sem vínculo com o clube, acusam o treinador de forçá-los a algumas atividades em troca de chance no time, de cobrar mensalidade e, a pior delas, fazer corpo mole na última rodada.

O jogo em questão terminou 8 a 0 para a Portuguesa (antes, o Atlético de Roraima já havia sido derrotado por 5 a 0 pelo Goiás e por 2 a 1 pelo Flamengo de Guarulhos). O lateral-esquerdo Denner, de 17 anos, não sabe o motivo de o treinador ter pedido para ele não atuar com tanta vontade, mas optou por não obedecer. O garoto afirmou ter feito o seu melhor e por isso foi substituído aos 23 minutos do primeiro tempo.

– Ele mandou ir para o jogo e tirar o pé. Chegar devagar nos caras. Disse para alisar, não chegar forte, porque aquele jogo não nos ia levar a nada. Eu queria mostrar meu trabalho. Achei errado isso e fui para cima dos caras, mas ele pegou e me sacou aos 23 minutos – denunciou o lateral.

Procurado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, João Araújo não aceitou dar entrevistas sem analisar previamente as perguntas que seriam feitas. Queria que fossem enviadas por email. Mas quando soube que Denner o havia acusado, esbravejou e negou veementemente.

– Você está louco. Eu nunca pedi uma coisa dessas para jogador algum. Eu sempre peço para o time ir para cima – declarou, por telefone. Em seguida, não respondeu mais e desligou o telefone celular.

Segundo o advogado Marcílio Krieger, especialista em direito desportivo, o STJD pode abrir um inquérito a partir da denúncia. A pena nesses casos é direcionada diretamente aos envolvidos, e a partida não seria cancelada. De acordo com o artigo 275 (proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição), a pena é de eliminação do esporte.

Lava rápido, caminhada e mensalidade

Outros jogadores aproveitaram também a eliminação do time na Copinha para desabafarem contra João Araújo. E as histórias são diversas. A começar pela do lateral-esquerdo Rodrigo, também de 17 anos. Ele contou que o treinador forçava os jogadores a lavarem a sua van. Caso contrário, não teriam lugar no time. E também fazia os menos privilegiados no elenco a caminharem nove quilômetros.

– Ele pedia para lavarmos a van dele. Se não lavássemos, não treinávamos. Também fazia a maioria ir ao treino a pé. Eram quase nove quilômetros. Nós chegávamos lá, fazíamos treino físico e tinha de voltar mais nove quilômetros, sem lanche, sem nada. Ele colocava na van só aqueles de quem gostava mais – contou o garoto.

Rodrigo pensou em reagir, mas não teve coragem. Pensou também em abandonar o futebol, porém decidiu manter o sonho de disputar a Copa São Paulo.

– De vez em quando eu tinha até vontade de chorar, de voltar para a minha casa. Só não voltei porque era a Copa São Paulo, o sonho de todo jogador de base. Ficamos mesmo pelo sonho de ser jogador de futebol. Mas quem reagisse a ele era mandado embora – lembrou o lateral-esquerdo.

O zagueiro Fernando Henrique, de 18 anos, desistiu. A Copinha pode ter sido sua última tentativa. Empregado antes da competição, ele largou o trabalho depois de uma ligação do técnico João Araújo. Arrependido, ele fala sobre o assunto.

– Eu não quero mais jogar – resumiu o jovem.

Antônio Alberto, empresário de 18 dos 22 jogadores do elenco do Atlético de Roraima na Copa São Paulo, também reclamou. Disse ter dado mensalidade de R$ 500 por atleta. A alegação de João Araújo era de que era para acertar salários.

– Eu tinha 18 jogadores no time e pagava cinco mil por 10 deles, que eram os principais, os que mais jogavam. Ele alegava que era para pagar a comissão técnica, mas tinha apenas um cara, o preparador físico – falou o empresário.

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