do Terra
A Polícia Federal (PF) cumpriu neste sábado 21 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. Foram 12 em residências, quatro em Buritinga – sede do governo do DF, quatro no Palácio do Buriti e um em um posto de atendimento ao cidadão no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília. A PF informou que, em uma das casas, foram encontrados US$ 2,6 mil e R$ 1 mil em dinheiro. A corporação afirma que a ação tem relação com a prisão do governador afastado José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido).
O governador do DF está preso acusado de interferir nas investigações sobre o mensalão do DEM – suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares -, no qual estaria envolvido.
Foram encontrados e recolhidos documentos, memórias de computadores e mídias. Segundo a PF, o material deve ser analisado. Na manhã de hoje, a PF informou que cumpria 19 mandados de busca e apreensão.
A ação ocorreu a pedido do Ministério Público e não há previsão de novos mandados. Ninguém foi preso durante os trabalhos.
Arruda pode ficar até 30 dias preso
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou neste sábado, em entrevista à rádio Jovem Pan, que Arruda deve ficar preso por até 30 dias.
Segundo Mello, o STF deve demorar entre 20 e 30 dias julgar em plenário o pedido de habeas-corpus de Arruda. O ministro disse que, se o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que pediu a prisão de Arruda, decidir relaxar a detenção, o político pode ser solto antes.
Mello explicou que a manutenção de Arruda preso na superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, afasta o sentimento de impunidade e de que “só pobre vai para a cadeia”.
Sobre um impeachment de Arruda, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mello afirmou que não vai acontecer, porque esta possibilidade só ocorre quando o político é condenado em última instância, e o processo de Arruda ainda está em fase inicial.
Entenda o caso Arruda
O mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram “regularmente registrados e contabilizados”.
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.