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Motorista indiciado por morte de jovem em Salvador é afastado da BTU

do A Tarde
Passageiros da capital baiana reclamam que poucos ônibus fazendo as linhas favorecem superlotação e risco de acidentes

O motorista José Arnaldo Rosa de Almeida, 46 anos, e o cobrador Gleidson Alves Souza, ambos da empresa de ônibus BTU,  foram afastados de suas funções nesta segunda. Eles estavam de serviço no ônibus que, no último domingo, trafegava com a porta traseira aberta, provocando a queda e morte de Anderson Jacinto Bezerra, 23. A Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) lavrou auto de infração contra a BTU por descumprir o Regulamento de Transporte Municipal que proíbe o trânsito de ônibus com as portas abertas. A TARDE flagrou na tarde desta segunda vários ônibus na mesma situação.

O valor da multa para a empresa ainda será definido pela Transalvador, após laudo da Polícia Técnica, conforme informou a assessoria do órgão. A Transalvador também recomendou o afastamento preventivo do cobrador e motorista para que passem por reciclagem e treinamento de capacitação. Entretanto, o gerente de operação da BTU, João Barbosa, ressaltou que o motorista passou nos últimos dois anos por ao menos dez cursos de orientação e aperfeiçoamento, entre eles, direção defensiva, legislação e segurança do trabalho

“Ele está muito abalado, era seu primeiro dia de trabalho após as férias. A empresa vai avaliar a situação e discutir o que será feito com motorista e cobrador”, afirmou João. José Arnaldo tem 12 anos de empresa e, segundo João Barbosa, nunca recebeu advertência, nem se envolveu em acidentes. Ele é casado há 25 anos e tem três filhos.

“Fatalidade” – O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps), em nota emitida pela assessoria, ratificou o comportamento do motorista, seu bom relacionamento com a empresa e os cursos feitos recentemente por ele. O Setps lamentou o ocorrido e ressaltou tratar-se de uma fatalidade.

O Sindicato dos Rodoviários também se solidarizou com o fato e afirmou, em nota, que o acidente deixa evidente o risco da pressão que a carta horária (tempo determinado pelas empresas entre o início e o fim de uma viagem) exerce sobre os rodoviários. O sindicato apontou ainda o estresse da profissão e a jornada de trabalho excessiva como causas de acidentes com o ônibus.

O acidente ocorreu no cruzamento da Rua Arnaldo Lopes da Silva com a Avenida Professor Manoel Ribeiro (Stiep). Anderson, que estava com a namorada, foi arremessado para fora do veículo a cem metros de onde havia subido. O jovem era estudante de enfermagem e seu corpo foi enterrado ontem em Euclides da Cunha

O acidente será apurado na  9ª CP (Boca do Rio) e o motorista poderá ser indiciado por homicídio culposo, negligência e imprudência. O cobrador também será investigado e eles responderão em liberdade.

Infração – Não é difícil flagrar, nas ruas de Salvador, ônibus saindo dos pontos de parada com a porta traseira aberta. Às vezes, os próprios passageiros lotam o veículo e impedem que a porta se feche. Em outras, o motorista acelera para depois fechar. Ambos os casos colocam em risco vidas de usuários do sistema. A regulamentação de trânsito proíbe essa situação em qualquer hipótese.

Condutores de coletivo, que passam por dificuldade de obedecer a determinação, por causa da alta demanda de passageiros, pedem por maior fiscalização. Motorista de ônibus há 28 anos, Antônio Raimundo de Carvalho, 53, conta que já desligou o carro várias vezes para fazer com que alguém descesse para poder fechar a porta e seguir viagem.

“Às vezes não temos controle da quantidade de pessoas que entram, pedimos para que desçam e eles não obedecem. Falta fiscalização rígida, os órgãos de trânsito não dão apoio, só multam”, ele reclama.

Na Estação Pirajá, é comum ver situações como essas. Funcionários da Transalvador, idenficados como “orientadores”, em algumas situações, intervêm. No entanto, em outras, só observam sem nada fazer.

A passageira Marlete Pereira, 29, ressalta que a situação acontece por causa da reduzida oferta de linhas para determinados locais. Diariamente, ela toma a linha Barra I, saindo da Estação Pirajá, e afirma que o veículo sempre sai muito cheio. No local onde aconteceu o acidente com o jovem Anderson (Stiep), usuários reclamam da velocidade com que os ônibus saem do ponto para conseguir passar na sinaleira do local com o sinal ainda verde.



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