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Alexandre Nardoni chora, muda versão e é acuado pela promotoria

do Estadão

De frente para o júri, disse que foi até a janela com o filho no colo; para o promotor, afirmou várias vezes não se recordar do que falou antes

Alexandre Nardoni chorou. O homem que permaneceu quieto durante quatro dias de julgamento, mexendo nos óculos, pondo o dedo na boca e ouvindo atentamente as testemunhas que o acusaram de matar a filha Isabella, de 5 anos, foi interrogado ontem durante cinco horas. “Aquilo para mim foi o pior dia, perdi o que tinha de mais valioso na minha vida”, afirmou o réu.

Hoje os sete jurados devem decidir, depois de cinco dias de julgamento, se Alexandre e a mulher são culpados ou inocentes. O interrogatório de Alexandre foi a última carta lançada na mesa pela defesa. “Não há mentira. Diga a verdade foi a minha orientação. Isso não é teatro. Eu não tenho versão, não tenho como explicar o assassinato da menina, mas não foram eles”, afirmou o criminalista Roberto Podval.

Logo que começou a ser ouvido, às 10h45, Nardoni fez um pedido ao juiz: queria virar a cadeira para depor olhando os jurados. O pai da menina atirada pela janela em março de 2008 começou o relato afirmando que a denúncia da promotoria era “falsa”. Chorou pela primeira vez quando contou que no dia do crime Isabella havia ensinado o meio-irmão Pietro a mergulhar na piscina do prédio.

O acusado descreveu o que se passou na noite do crime. Disse que deixou a mulher e os dois filhos na garagem do prédio e subiu ao apartamento com Isabella no colo. Deixou a menina na cama e voltou à garagem. Não trancou a porta com a chave, apenas a fechou com o trinco.

A madrasta, Anna Carolina Jatobá, e ele subiram com os filhos. Alexandre estava com o filho Pietro no colo e afirmou que assim entrou no quarto dos irmãos de Isabella. Contou que se aproximou da tela cortada na janela – sempre com a criança no colo, mas que não passou a cabeça pelo buraco da rede.

Preciosidade. Depois, chorou ao dizer que perdeu a coisa mais preciosa de sua vida. “Eu, que briguei tanto para ela (Isabella) nascer, briguei com minha sogra, que queria que a Ana Carolina (Oliveira, a mãe da menina) abortasse”, afirmou.

Em seguida, o pai chorou ao contar quando recebeu a notícia da morte da menina e, pela última vez, ao descrever a menina no necrotério. Passou então a acusar os policiais que investigaram o caso de tentar obrigá-lo a confessar. Afirmou ter sido agredido no 9.º Distrito Policial (DP) e disse que o pai, o advogado Antônio Nardoni, foi vigiado por dois anos.

Ao meio-dia, começou o confronto entre o réu e o promotor Francisco José Cembranelli. O acusado passou a responder de forma monossilábica e nervoso. Chegou a ser repreendido pelo juiz Maurício Fossen.

Numa dezena de perguntas, Cembranelli ouviu como resposta a frase “não me recordo”. Assim foi quando ele questionou se Alexandre se lembrava o que havia dito ao depor no DP na presença de seus advogados. Também foi assim quando o réu foi questionado sobre o horário de sua chegada ao prédio.

Acuado. Cembranelli acuou Alexandre em dois momentos. O primeiro foi quando questionou a razão pela qual o réu não socorreu Isabella. “Não sei lhe dizer. Porque eu estava olhando pra ela, para ver se ela estava viva e aí o seu Lúcio (morador do prédio) disse para não mexer nela.” Isabella ficou cerca de 25 minutos na grama do prédio antes de a ambulância chegar.

Depois, Cembranelli perguntou por que Alexandre estava usando óculos – durante os demais depoimentos o acusado sempre esteve sem nada no rosto. “É que o senhor não me conhece.” Então, o juiz questionou o motivo de ele usar os óculos. “Eu não enxergo bem de longe.” E o promotor emendou: “A ponto de não sair lágrima quando chora?” Antes que Alexandre respondesse, o juiz interveio. “Indeferida a pergunta.” Antes de acabar de depor, às 16h20, o pai reafirmou: “Não matei. Jamais fiz isso”.

Defesa

Alexandre Nardoni
RÉU

“Aquilo pra mim foi o pior dia, perdi o que tinha de mais valioso na minha vida”

“Eu, que briguei tanto para ela (Isabella) nascer, briguei com minha sogra
que queria que a Ana Carolina (Oliveira, a mãe da menina) abortasse”

“Eu não acreditei quando vi minha filha morta na maca. Não dá pra descrever”

“Que história mirabolante, nem sei de onde tiraram a história” (sobre o filme da reconstituição do crime feito pela perícia)

CRONOLOGIA

Primeiro dia
A mãe depõe

Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella, dá depoimento emocionado e afirma que Anna Carolina Jatobá tinha ciúmes da filha. Até uma das juradas chora. A defesa do casal reage e solicita o confinamento de Ana Carolina de Oliveira, para
possível acareação

Segundo dia
Polícia em xeque

A delegada Renata Pontes afirma acreditar que o casal é “100% responsável pelo crime”. A defesa contrapõe, diz que há erros de interpretação no inquérito e consegue acuar a testemunha. O legista Paulo Sério Tieppo reafirma que Isabella foi morta após ser asfixiada. A defesa dispensa testemunhas

Terceiro dia
A vez da perícia

Alexandre foi colocado na cena do crime pela perita Rosângela Monteiro. Ela disse que a camiseta usada por Nardoni, na noite em que a filha foi jogada do prédio, só poderia ter marcas de tela se a pessoa que a usou apoiasse na proteção com um peso igual ao da menina morta nos braços.



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