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Clubes recreativos “desaparecem” em meio ao boom da internet, diz IBGE

do Último Segundo

Com a mudança de hábitos, muitas dessas instituições entraram em decadência e perderam terreno para outros espaços de convivência

Clubes cada vez mais vazios nos finais de semana. Jovens preferem shows e internet para se sociabilizarem

Menos TV e (muito) mais internet. Menos clubes recreativos e mais universidades. Menos livrarias e mais museus e bibliotecas. Em dez anos, os municípios brasileiros tiveram mudanças consideráveis na utilização dos chamados equipamentos culturais e meios de comunicação, de acordo com a mais recente pesquisa sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros – Gestão 2009 (Munic), do IBGE.

A análise do percentual das atividades culturais presentes nos municípios mostra crescimento de espaços públicos em detrimento dos núcleos particulares de entretenimento.

Exemplo é que, nesse período, os clubes recreativos, espécies de redutos tradicionais de classe média alta, desapareceram em boa parte do País: eram espalhados em 70,4% dos municípios mas, até o ano passado, estavam presentes em apenas 61,4%. Isso significa que nos últimos anos muitas famílias deixaram de frequentar esses espaços de lazer, esporte e cultura. Com a mudança de hábitos, muitas dessas instituições entraram em decadência e perderam terreno para outros espaços de convivência.

Clique no gráfico para ampliar:

O período coincide com o incremento da classe média brasileira, sobretudo a partir de 2005, e a democratização do acesso à internet. No mesmo período, o acesso à TV aberta diminuiu. Antes presente em 98,3% dos municípios, a cobertura, em 2006, era de 95,2%.

Embora não aponte explicação para a tendência, que deverá ser confirmada nos próximos levantamentos, segundo o próprio IBGE, o estudo mostra crescimento de 239% do número de cidades com provedores de internet. Isso significa que a internet chegou a mais da metade dos municípios (55,6%) brasileiros nesses dez anos. Foi justamente no final dos anos 1990 que o técnico em eletrônica Carlos Fernando Carboni, de 29 anos, trocou o título do clube de onde era sócio e vizinho, em Araraquara (SP), e instalou uma conexão para internet em sua casa. O clube ainda existe, apesar de ter perdido quase metade dos sócios nos últimos dez anos, entre eles a maioria dos amigos de Carboni, que passaram a manter contato por meio de programas de mensagens instantâneas, como na época o ICQ (espécie de precursor do MSN).

“Na época a gente já deixava de lado a prática social e começava a descobrir o mundo virtual. Hoje um dos meus filhos tem mais contato com computador do que com esporte. Com sete anos, já brinca com jogos e participa do Orkut”, diz Carboni, pai também de outro garoto de dois anos. Desde que deixou o clube, juntamente com dois irmãos e os pais, ele conta que praticamente nunca mais voltou ali, embora morasse, até pouco tempo atrás, na esquina do local. No fim de semana, costuma hoje levar a família para passeios na unidade do Sesc da cidade, que não existia há dez anos – na mesma pesquisa o IBGE aponta também maior presença de centros culturais pelo País.

Mais bibliotecas, menos livrarias

Outro dado apontado pelo Munic é que em dez anos houve queda de 21% do número de municípios com livrarias – eram 35,5% em 1999 e hoje elas só existem em 28%. Os dados, porém, não indicam uma possível retração do mercado editorial do País, mas apontam que outras formas de distribuição, como internet e supermercados, podem ter pulverizado as vendas de livros neste período, segundo o instituto.

Fato é que o crescimento de bibliotecas públicas, impulsionado por uma política de universalização por parte do governo federal, foi de exatos 22,1%. Isso significa que, hoje, 93,2% das cidades brasileiras possuem ao menos uma biblioteca. Houve expansão também no número de cidades com teatros e museus, embora estes só cheguem a 21,1% e 23,3% dos municípios, respectivamente. Já os cinemas estão hoje presentes em 9,1% dos municípios – eram 7,2% há dez anos.

Houve também aumento significativo do número de unidades de ensino superior, que praticamente dobraram entre 2001 e 2008: de 19,6% para 38,3%. A proporção, no entanto, ainda é menor do que a de clubes.

No período os brasileiros tiveram mais acesso, em suas cidades, a atividades esportivas. Em 86,7% dos municípios existem atualmente estádios ou ginásios esportivos, número que era de 65% há dez anos. A tendência, de acordo com o instituto, é que eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas ampliem o número desses espaços nos próximos anos.

Já o número de videolocadoras, presentes em 63,9% dos municípios em 1999, atingiu 82,4% em 2006 e entrou em declínio nos três anos seguintes. Hoje estão presentes em 69,6% das cidades. Segundo o relatório, o fenômeno pode ser explicado em razão da convivência com outras formas de acesso aos vídeos e filmes (televisão por assinatura e internet). A mesma reversão recente ocorre com as lojas de CDs, fitas e DVDs, segundo o estudo.

O estudo aponta que o aumento no número de equipamentos ocorreu principalmente nas áreas mais empobrecidas do País, onde muitos dos municípios não tinham nenhum ou apenas um equipamento cultural: em 1999, 21,7% encontravam-se nessa situação, reduzindo para 5,5% em 2009. Entretanto, aponta o IBGE, “são ainda as regiões mais desenvolvidas onde existe uma maior incidência de infraestrutura cultural, sendo esta incidência também mais significativa nos municípios de maior porte populacional”.

A Munic permitiu identificar, segundo o relatório, uma na infraestrutura cultural que evidencia um “forte traço audiovisual no País”.



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