do Último Segundo
Proposta é da ala moderada do partido. Rodrigo Maia, porém, quer que o ex-governador Aécio Neves participe das decisões
O DEM só aceita abrir mão da vaga de vice na chapa do candidato tucano José Serra à Presidência da República se houver recuo na indicação de Alvaro Dias (PSDB-PR). O partido já tem um nome para substituí-lo: é o mineiro Pimenta da Veiga (foto), ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Os dois aliados têm menos de 24 horas para decidir, pois a convenção do DEM está marcada para amanhã às 8 horas. Na reunião realizada nesta segunda-feira na casa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), até mesmo a ala moderada do partido deixou claro que não dá para manter aliança com Alvaro Dias como vice.
O encontro adentrou a madrugada desta terça-feira. A retomada das negociações foi marcada para hoje a partir das 11 horas. Além de Maia e Kassab, participam das conversas o líder do PSDB no Senado, José Agripino (RN).
O presidente do DEM, Rodrigo Maia, é o integrante do partido mais insatisfeito com o senador paranaense. Ele não aceita desculpas pela suposta declaração feita por Alvaro de que “o DEM era um partido de mensaleiro”. Maia ainda insiste que o vice de Serra seja do DEM. Mais moderados, como José Agripino (DEM-RN), tentam emplacar “um tucano de confiança”.
Além de pedir a cabeça de Alvaro Dias, o DEM quer que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) seja o fiador do novo nome tucano a ser indicado para o posto. O objetivo do partido é deixar claro para a ala paulista do PSDB que é preciso haver equilíbrio de forças nas decisões da campanha oposicionista.
O PSDB tenta manter o nome de Alvaro e coloca como moeda de troca os palanques estaduais como Sergipe, Santa Catarina e, principalmente, o Pará, onde Valéria Franco _nome indicado para a vaga de vice_ tenta disputar o Senado com o apoio de Simão Jatene (PSDB), candidato ao governo. O tucano, no entanto, pressiona para Valéria ser sua vice na chapa.
Alvaro Dias comemorou uma mensagem escrita pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) no Twitter em que ela defendeu a manutenção do apoio a Serra. “Ela sempre teve essa posição”, disse. No microblog, Dias escreveu: “Obrigado amiga. Seu apoio é uma honra e um enorme estimulo”. Ela é muito ligada a Jorge Bornhausen, presidente de honra do DEM.
Sobre a possível substituição do seu nome, Alvaro prefere não comentar. “Não cabe a mim falar sobre isso. Sou coadjuvante neste processo”, disse.