do G1
Evandro Silva negou ter matado a advogada durante acareação. Polícia vai ouvir testemunha novamente hoje para saber se ela mentiu.

Evandro Bezerra da Silva, indiciado por suspeita de participação no assassinato da advogada Mércia Nakashima, voltou a afirmar nesta terça-feira (13) não conhecer a testemunha que disse em depoimento à polícia ter ouvido do vigia que ele receberia R$ 5 mil para fazer “uma coisa errada”. A declaração do vigilante foi dada durante a acareação com a testemunha, procedimento que durou pouco mais de uma hora na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.
“Eu não conheço essa pessoa. Nunca a vi. Eu não matei a Mércia, eu não ganhei nada”, afirmou o vigia aos jornalistas na saída do departamento. Ele foi preso na sexta-feira (9) em Sergipe por suspeita de participação no crime e por ter faltado a um depoimento.
Para a investigação, a “coisa errada” que Evandro teria dito a testemunha seria ajudar Mizael Bispo de Souza, ex-namorado de Mércia, a matá-la. O advogado e policial militar aposentado é o principal suspeito pelo homicídio e já teve sua prisão temporária decretada pela Justiça. Apesar disso, esta foragido desde sábado (10).
Segundo o delegado Antonio de Olim, do DHPP, Evandro voltou a insistir que não conhece a testemunha e nunca falou nada para ela a respeito de R$ 5 mil ou que estaria sendo ameaçado. “Ele olhou na cara da testemunha e disse ‘eu não conheço esse cara’”, afirmou o delegado em entrevista coletiva à imprensa.
Após a acareação, Olim afirmou que iria ouvir novamente a testemunha para verificar se houve veracidade em seu depoimento anterior. Caso seja comprovado que ela está mentindo, poderá ser indiciada por falso testemunho. Perguntado sobre sua opinião em relação a quem estaria mentindo, se Evandro ou a testemunha, o delegado respondeu: “Eu acho que quem está mentindo é a testemunha.”
Fontes ligadas à investigação informaram ainda ao G1 que durante a acareação com Evandro, a testemunha teria voltado atrás em relação ao que afirmou em seu primeiro depoimento, no qual dizia que conhecia o vigia. Agora, estaria afirmando que não o conhece. Essa testemunha teria sido indicada à polícia por meio da família de Mércia Nakashima.
As investigações sobre a morte de Mércia Nakashima já duram quase dois meses. Para a polícia, Mizael planejou o assassinato. Ele teria matado a advogada por ciúmes. Após três depoimentos, o vigia confessou ter ajudado o ex-namorado de Mércia a fugir do local do crime, numa represa em Nazaré Paulista, no interior do Estado. Segundo ele, o crime foi planejado no início de maio.
O crime foi cometido em 23 de maio. O corpo da vítima foi encontrado em 11 de junho. O carro dela foi achado um dia antes. Mizael diz ser inocente.
Depois do depoimento de Evandro, que foi gravado pela polícia, a Justiça decretou a prisão temporária de Mizael, que, segundo seu advogado, Samir Haddad Júnior, não irá se entregar enquanto a Justiça não julgar os recursos em seu favor que pedem a revogação da decisão.