do Terra
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), negou nesta quarta-feira que o atentado ao desembargador Luiz Mendonça, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), tenha cunho eleitoral. Ele esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede provisória do governo, em Brasília.
“Relatei ao presidente que a avaliação da polícia do meu Estado e a avaliação geral em Sergipe é que não há nenhuma hipótese do atentado estar vinculado à questão eleitoral ou à questão política”, afirmou Déda.
O desembargador e seu motorista, o cabo Jailton Batista, sofreram um atentado a tiros enquanto passavam pelas avenidas Beira Mar e Silvio Teixeira, zona sul de Aracaju. Mendonça foi atingido por um tiro de raspão no ombro e não corre risco de vida. O estado de saúde do motorista é gravíssimo. Ele passava por uma cirurgia na cabeça na tarde de hoje, e está em coma induzido.
Para o governador, a causa mais provável é de criminosos presos durante a gestão de Luiz Mendonça como secretário de Segurança no Estado tenham planejado o atentado. Ele também relatou que o próprio desembargador descartou possibilidade de vínculo político ou eleitoral com o atentado.
“As linhas mais vigorosas de investigação são no sentido de buscar encontrar alguma relação do episódio com vingança de criminosos que foram presos no período em que o atual desembargador era secretário da Segurança Pública. Há um fugitivo da justiça sergipana, chamado Floro Calheiro, que teria ameaçado de morte não apenas o desembargador, como algumas autoridades sergipanas, mas há outras linhas de investigação”, disse.
Marcelo Déda afirmou não ver necessidade em reforçar a segurança para as eleições em outubro. “Não há nada neste momento que justifique a intervenção da Força Nacional ou do Exército para garantir o pleito. Nenhum candidato se disse ameaçado, nenhuma autoridade se disse ameaçada. A polícia sergipana tem plenas condições de atuar ao lado Justiça Eleitoral para garantir a ordem e a paz e durante o pleito”, afirmou.
Segundo o governador, Lula colocou o Ministério da Justiça e a Polícia Federal à disposição para ajudar nas investigações. O Planalto informou que não vai se pronunciar sobre o atentado a Mendonça, nem sobre a bomba que explodiu sobre o carro da família do ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, na noite de segunda-feira.