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Venda de carros híbridos cai nos EUA; concessionários veem rejeição

G1 | Auto Esporte

Mercado é resistente às tecnologias ‘verdes’, dizem distribuidores. Com incentivos do governo, brasileiros escolheram híbrido na Califórnia.

Brasileiros compraram carro híbrido em São Francisco

A imagem caricata do norte-americano ao volante de um grande SUV ou de uma enorme picape a gasolina ainda está longe de sumir das ruas e estradas do país. Mesmo com todos os incentivos que os governos federal e estaduais oferecem aos consumidores para que comprem modelos híbridos -aqueles que possuem um motor a combustão e outro elétrico -, as vendas têm caído nos Estados Unidos desde 2008.

Segundo dados divulgados pela associação de concessionários, a National Automobile Dealers Association (Nada), com base em levantamentos das consultorias R.L. Polk e Ward’s Automotive, o volume de vendas desses híbridos fabricados por General Motors, Nissan, Ford, Honda e Toyota caiu de 315.688 unidades, em 2008, para 290.232, em 2009. Em 2010, baixou para 274.462 unidades. O pico das vendas desde 2001, quando o primeiro híbrido, o Toyota Prius, chegou ao mercado norte-americano, aconteceu em 2007: naquele ano foram emplacadas pouco mais de 350 mil unidades.

Saiba como é dirigir um automóvel híbrido:

Para as montadoras, há ainda a preocupação financeira, já que o carro híbrido é a ponte para o sucesso dos modelos elétricos, principais alvos de investimentos atualmente. O agravante é que nem os próprios concessionários se empenham em abraçar a causa. O novo presidente da Nada, Stephan Wade, acredita que modelos híbridos, híbridos plug in ou elétricos só serão aceitos pelos consumidores de grandes cidades, que dirigem diariamente por pequenos percursos.

A rejeição ele observa do próprio quintal. “Moro na região do Grand Canyon. Lá as distâncias são grandes e é preciso sempre pegar estrada. Minha mulher nunca vai querer ter um carro elétrico ou mesmo um híbrido, por causa da autonomia destes carros. Ela tem um Escape [SUV da Ford], simplesmente porque se sente muito mais segura em um carro desses”, explica Wade.

Brasileiros optam por híbrido

A descrença é sentida de perto pelo casal de brasileiros Rubens Cavalcante Lima, de 32 anos, e Camila Fernandes, 27. Eles são proprietários de um híbrido Honda Insight. “Fomos de carro de São Francisco até Las Vegas, o que leva umas oito horas, e as pessoas perguntavam como tínhamos conseguido chegar até lá, porque nas estradas não há onde abastecer”, comentam. “Outra ideia que eles têm é de que o desempenho é menor, que corre menos.”

Mas Camila e Rubens também não compraram o híbrido por ideologia ecológica. Os brasileiros moram em São Francisco, na Califórnia, mas o engenheiro trabalha na cidade de São José, há 70 km de sua casa. A ideia inicial era comprar um modelo usado, mas, em 2009, como havia pouco tempo que moravam no país, eles não possuíam ainda um histórico de crédito, exigido para abrir um financiamento.

O único carro que poderiam comprar financiado sem tal comprovante seria um híbrido, já que o estado da Califórnia garante essa facilidade a quem opta por um modelo ‘verde’. “Conseguimos o crédito e levamos um carro por um preço muito bom”, conta Rubens, beneficiado também pela redução do imposto sobre o preço do carro.

Apesar da facilidade para compra, foi no dia a dia que o casal percebeu que, na ponta do lápis, a economia foi maior ainda. Primeiramente porque na Califórnia, o estado mais ecológico dos Estados Unidos, o proprietário de carro híbrido pode ir até o DMV, o Detran local, e solicitar um selo especial que permite o tráfego em faixas preferenciais em estradas e vias de acesso. “Esse é mais um incentivo para quem tem carro híbrido ou quem anda com mais de uma pessoa no carro. Nesta faixa, por exemplo, eu demoro 40 minutos em um percurso que levaria uma hora enfrentando o trânsito”, explica Rubens.

Outro ponto favorável é o consumo de combustível, afinal a Califórnia tem a gasolina mais cara de todo o país. “A média da gasolina aqui na Califórnia é de US$ 3,20 por galão. O meu carro faz 43 milhas por galão, é bem econômico”, diz.

Na Califórnia, a solução para o transporte público é o trólebus, que ainda existe em São Paulo

Transporte público

A carência de transporte público eficiente que proporcione a redução das emissões é também um ponto que acaba favorecendo a compra de um automóvel. Na Califórnia, a solução encontrada foi o trólebus, um tipo de ônibus elétrico. Em cidades como São Francisco, eles competem com o tradicional metrô, táxis híbridos e o turístico bondinho, um dos cartões-postais da cidade. “Mas é muito caro para usar todo dia para trabalhar”, lamenta Rubens.

Também na Califórnia, mas apenas em Los Angeles, são testados pontos de abastecimento rápido de carros elétricos e híbridos plug in, como o Nissan Leaf e o Chevrolet Volt, que começam a aparecer no mercado agora.

Meta de 1 milhão de elétricos

O CEO da ECOtality, que desenvolve veículos elétricos, Jonathan Read, lembra que a meta do governo Obama é que até 2015 rodem 1 milhão de veículos elétricos nos Estados Unidos. Atualmente, a frota do país é de cerca de 250 milhões, a maior do mundo. O executivo entende que, para alcançar tal objetivo, será preciso um esforço muito grande por parte dos concessionários. Eles terão o papel de convencer o consumidor de que o produto é viável, especialmente fora da Califórnia.

“Antes de querer comprar, a pessoa vai querer saber quanto vai custar a manutenção desse carro, o que ela tem que fazer para abastecê-lo, qual é a durabilidade da bateria, entre outras questões de como saber usá-lo. E o vendedor tem que estar pronto”, ressalta o especialista. “Além disso, a concessionária tem que estar preparada para fazer o pós-venda deste carro. Os desafios são inúmeros”, completa Read, que conhece bem a resistência de uma nação movida a petróleo.

Read falou sobre o assunto durante congresso organizado pela Nada, em São Francisco, a uma plateia que não passava de 30 pessoas, oriundas de diversos países. Pelo baixo quórum em um evento como este, voltado a concessionários, dá para se ter uma ideia da proporção da barreira cultural existente em relação a um novo conceito de mobilidade.

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