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Em pronunciamento, líder líbio Muamar Kadafi desafia manifestantes e diz que “morrerá como mártir”

Último Segundo | Globo News

Em meio a protestos, ditador conclama partidários a reprimir manifestantes que pedem sua renúncia.

Em seu segundo pronunciamento em menos de 24 horas, o líder líbio, Muamar Kadafi, rejeitou nesta terça-feira deixar o país, prometendo combater os manifestantes que reivindicam sua renúncia e morrer como um “mártir”. Gritando e falando com o punho fechado em um discurso de desafio na TV estatal, que pareceu ter sido gravado previamente, kadafi também conclamou seus partidários a expulsar das ruas os manifestantes que exigem sua renúncia.

Cartaz, defronte prédio da Corte Marcial de Benghazi, convoca opositores a lutarem pela derrubada do ditador

Gritando, Kadafi se declarou “um guerreiro”, proclamando: “A Líbia quer a glória, quer estar no cume do mundo. Sou um lutador, e morrerei como um mártir no final.” “Ainda não ordenei o uso da força, não ordenei o disparo de uma única bala… quando o fizer, tudo queimará.”

Kadafi ameaçou os opositores com uma resposta similar à usada em Tiananmen (a repressão na Praça Celestial, na China, em 1889) e de Fallujah (no Iraque), onde as tropas americanas teriam usado armas incendiárias de fósforo branco.

Ele conclamou seus partidários a sair às ruas para atacar os opositores. “Vocês homens e mulheres que amam Kadafi… saiam de suas casas e lotem as ruas”, disse. “Saiam de suas casas e os ataquem em suas toques. A partir de amanhã saiam e os combatam.”

“De hoje à noite para amanhã, todos os homens jovens deveriam formar comitês locais para a segurança popular”, disse, pedindo que usem braçadeiras verdes para se identificar. “A população líbia e a revolução popular controlarão a Líbia.”

O discurso de Kadafi, que apareceu envolto em um robe e turbante marrons, foi transmitido em um telão para centenas de partidários na Praça Verde, no centro de Trípoli. O local do pronunciamento é um pódium estabelecido na entrada de um prédio bombardeado que parece ser sua residência em Trípoli, que foi atacada por bombardeios dos EUA e deixada danificada como um monumento de desafio.

Em alguns momentos durante o discurso, a câmera focalizava um monumento dourado em frente do prédio, mostrando um punho destruindo um jato com uma bandeira americana nele.

Segundo Kadafi, covardes e traidores tentam retratar a Líbia em um caos, afirmando que os inimigos do país tentam prejudicar a imagem da nação. Kadafi afirmou que, como um líder revolucionário do país, tem de se sacrificar pela Líbia.

O pronunciamento foi feito enquanto aumentam os sinais de que o líder está perdendo apoio no país.

Embaixador nos EUA

Mais um diplomata líbio desertou o regime de Muamar Khadafi nesta terça-feira. O embaixador do país nos Estados Unidos, Ali Aujali, disse quenão representa mais o “regime ditatorial” de seu país e pediu pela saída de Kadafi. “Renuncio a meu serviço ao atual regime ditatorial. E peço a ele (Kadafi) que deixe nosso povo em paz”, disse Aujali.

Na véspera, diplomatas que até há pouco serviam ao regime de Khadafi haviam anunciado que se aliariam à oposição ao líder. Foi o caso do vice-embaixador da Líbia na ONU, Omar Al-Dabbashi, que qualificou de “genocídio” a reação governamental aos protestos nas ruas da capital Trípoli, onde, segundo relatos, aviões e franco-atiradores dispararam contra manifestantes civis.

Também na segunda-feira, o embaixador líbio na Índia, Ali Al-Issawi, disse que decidiu deixar o cargo em protesto contra o uso de violência por parte do governo e afirmou que mercenários estrangeiros foram mobilizados para atuar contra cidadãos líbios.

Também renunciaram o embaixador líbio na Liga Árabe e na China e o ministro da Justiça do país, Mustafa Abdal Khalil, segundo o jornal Quryna.

Há relatos de deserção também entre membros das forças de segurança. Segundo a rede Al-Jazeera,parte da fronteira entre Líbia e Egito havia sido abandonada pelos guardas que faziam o controle de passagem, forçando as autoridades egípcias a enviar mais soldados à divisa.

E, na segunda-feira, dois soldados líbios aterrissaram em Malta alegando que se recusavam a usar sua aeronave para alvejar a população.

Tensão

Em Trípoli, o clima é de tensão. As ruas estão quase vazias, mas há filas para comprar pão e gasolina. A maioria do comércio está fechada. Há relatos de distúrbios e incêndios em alguns locais, e a presença do Exército é constante pelas ruas.

Muitas pessoas temiam sair de casa após uma noite de confrontos duros. Testemunhas relataram cenas de massacre e de corpos que se acumulavam nas ruas em algumas partes da cidade.

“Eles não fazem distinção (entre civis e militares), estão atirando para limpar as ruas”, disse nesta terça à BBC News um morador de Trípoli, que não quis se identificar. “(Os atiradores) não são humanos, não sei o que são.”

Não é possível obter uma confirmação oficial sobre o número de mortos, que já são centenas. Mas a ONG Human Rights Watch diz que, apenas em Trípoli, ao menos 62 morreram nos distúrbios desde domingo.

Ao mesmo tempo, dezenas de milhares de estrangeiros tentam deixar a Líbia, mas muitos países – caso do Brasil – enfrentam dificuldades em obter autorização para pousar seus aviões em solo líbio e resgatar seus cidadãos.

Na noite de segunda, Kadafi discursou menos de 30 segundos, apenas para confirmar que não havia deixado o país rumo à Venezuela e para dizer que a imprensa estrangeira está divulgando “rumores maliciosos”.

Muitos líbios reagiram com indignação ao discurso, pelo fato de Khadafi não ter se manifestado sobre os confrontos nas ruas de Trípoli.

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