A Tarde | Agecom
Eles só pensam naquilo. Ontem, alguns dos principais atores da cena política da Bahia encontraram tempo em meio à folia para pensar, articular e opinar sobre as eleições de 2012. Em entrevista coletiva, o governador Jaques Wagner (PT) admitiu, pela primeira vez, ter sido consultado para a concretização da troca de filiação partidária do prefeito de Salvador, João Henrique, do PMDB para o PP.
Em coletiva, governador faz avaliação dos três primeiros dias de Carnaval
Com a troca, João Henrique ingressou em uma legenda que integra a base do governo estadual. Wagner antecipou sua opinião de, a partir desta mudança, o PT deve passar apoiar João para, em 2012, ser apoiado. “Reciprocidade sempre é bom em política”, justificou. Wagner ressaltou, contudo, que a decisão de passar da oposição para o governo cabe à direção municipal do partido. “Posso influenciar mas não determinar”.
O governador voltou a reconhecer a existência de crise financeira na prefeitura e prometeu ajudar “no limite da lei”. Ou seja, com obras e programas sem se envolver com o custeio de despesas correntes do município. As declarações de Wagner coincidiram com as do deputado federal Nelson Pelegrino, até aqui o único petista a se declarar pré-candidato a prefeito.
Na noite do sábado, enquanto acompanhava a saída do Ilê Aiyê, Pelegrino disse que o “projeto” é “trabalhar para ter uma candidatura única da base do governo”. Questionado se seria o seu nome a unir esta base, Pelegrino, brincado, cantou: “Vou sim, quero sim e minha mulher também quer sim”.
“Deixa eu assumir” – Embora a caminhada de Pelegrino esteja apenas no início, uma de suas principais resistências deve partir do Palácio de Ondina. A primeira-dama Fátima Mendonça, filiada ao PV, partido recém-ingresso na base estadual, reiterou, também no sábado, seu desejo de disputar a prefeitura.
Irritada com a colocação de juristas que entendem que ela não pode ser candidata enquanto Wagner for governador, declarou: “Não quero mais nenhum sobrenome que já passou. Agora é hora de colocar nossa luta para limpar a nossa história. Eu me coloco como opção”. Quando perguntada que mudanças faria para melhorar o Carnaval de Salvador, respondeu: “Deixa eu assumir”.