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Pilotos de F-1 reclamam que volante cada vez mais se parece um controle de videogame

Globoesporte.com

Equipamento tem apenas um comando a mais em relação a 2010; Lucas di Grassi, que estava na F-1 no ano passado, acha as queixas exageradas.

Indispensável para a pilotagem de um carro, o volante esteve no centro da maior polêmica da pré-temporada da Fórmula 1 em 2011. Ao longo dos anos, o número de botões vai se multiplicando, deixando-o cada vez mais parecido com um controle de videogame. O modelo da Sauber, por exemplo, tem 27 comandos, entre botões, seletores e alavancas. Desta vez, a situação parece ter chegado ao limite. Pelo menos para os pilotos, que chegaram a cogitar até uma greve.

A mudança do regulamento para esta temporada trouxe pelo menos mais duas funções para o volante. O retorno do Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) e a adoção da asa traseira móvel podem fazer com que os pilotos precisem acionar estes novos botões ao mesmo tempo, principalmente em caso de ultrapassagens. Em relação ao ano passado, contudo, apenas um comando foi acrescido, já que a asa móvel dianteira foi banida. Preocupados, eles reclamaram. Mas Lucas di Grassi, que esteve na F-1 em 2010, acha as queixas exageradas.

– Sinceramente? Estão fazendo muito alarde em cima desta história dos botões. Em relação a 2009, não aumentou nenhum. E agora tem um a mais em relação a 2010. Não sei o porquê disso. Apenas alguns carros têm mais botões. E neste ano não tem o duto aerodinâmico, em que você precisava tirar a mão do volante. É o típico comentário para gerar notícia. Não existe uma influência muito grande na pilotagem – disse

Não é a opinião de Rubens Barrichello, presidente da Associação dos Pilotos da Fórmula 1, a GPDA. Em sua 19ª temporada na categoria, o brasileiro acha que o grande número de botões no volante pode provocar situações perigosas, principalmente porque, em alguns momentos, os pilotos precisam olhar para o painel digital, não para a pista.

Volante da Sauber em 2011: pilotos têm 27 botões, seletores e alavancas disponíveis

– É uma preocupação. Os controles adicionais são obviamente necessários, mas as pessoas usam volantes diferentes, e alguns pilotos podem alcançar os botões com mais facilidade do que os outros. O problema é que você tira o olho da pista. Não existe uma reta em que você não aperte um botão e mude a marcha. Vou continuar falando disso.

Atual campeão, Sebastian Vettel é outro crítico do processo de transformação dos volantes em verdadeiros joysticks de videogame. O alemão, que corre na RBR, ameaçou liderar um movimento de greve entre os pilotos, mas não parece levar a ideia adiante. Para ele, ter de olhar várias vezes para o painel do carro é tão perigoso quanto dirigir na rua com o celular.

– Com todos estes comandos no volante, às vezes parece que dirigimos falando ao celular. A maioria dos pilotos concorda que isso é um problema de segurança. O mais importante é que os pilotos estão juntos. Se todos nós concordarmos em algo, então podemos ser muito poderosos. Poderemos dizer: “Não, não vamos correr”. Mas isso não quer dizer que vamos fazer uma greve. Vamos tentar achar uma solução com a FIA antes.

Para contornar o problema, após as reclamações de seus pilotos, Ferrari e McLaren fizeram alterações em seus volantes. A nova asa móvel e o Kers são acionados por meio de borboletas colocadas na parte de trás da peça, no lugar dos dois botões que precisariam ser acionados pelo polegar, na parte da frente. As três equipes mais novas – Lotus, MVR e Hispania – não sofrem com esse problema: todas elas não usam o Kers, por questão de custos.

Limitação da telemetria provoca aumento de botões

No início dos anos 2000, várias equipes da Fórmula 1 adotaram a telemetria bidirecional – ou seja, além dos engenheiros receberem as informações do carro, eles poderiam mudar várias regulagens eletrônicas com o simples apertar de um botão nos boxes. Contudo, antes da temporada de 2004, ela foi banida da categoria, por passar a imagem de que o piloto não era o principal responsável por uma vitória na F-1. A proibição permanece válida até hoje.

Como os engenheiros continuam a receber as informações do carro em tempo real, os pilotos passaram a ser instruídos a mudar o acerto várias vezes durante a volta. Por isso, os botões se proliferaram no volante dos carros. Para Lucas di Grassi, é uma conseqüência inevitável se a categoria quiser continuar a vender a imagem de que os pilotos são decisivos dentro da pista.

– Durante os anos, a quantidade de botões tem crescido linearmente. Quando colocaram a ECU (centralina) comum a todos os carros, aumentou muito. O problema não é deste ano. O piloto deixa de pilotar para começar a acertar o carro no volante. E isso só acontece porque, no passado, proibiram o computador de acertar o carro sozinho na pista. Tentaram trazer a F-1 para o lado do esporte e dar mais trabalho ao piloto. A idéia era deixar essa decisão na mão dele e não na do engenheiro. É uma coisa ou outra: não dá para ter os dois ao mesmo tempo.

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