Por Ailton Andrade | Colaborador
Autoridades policiais da Bahia afirmam que 10% dos motoristas baianos trafegam sem possuir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o que não caracteriza crime, mas infração gravíssima, inclusive com multa e apreensão do veículo conforme estabelece o artigo 162 do Código de Transito Brasileiro.
Como se sabe a CNH não é condição básica para a boa dirigibilidade, nem tampouco eleva o grau de educação e civilidade no trânsito para quem a possui. É (a CNH) tão somente um documento oficial obrigatório atestando que o sujeito está apto a dirigir um veículo automotor terrestre. Entretanto, observa-se que grande parte dos acidentes nas rodovias e vias urbanas, muitos dos quais com mortes ou seqüelas irreparáveis, tem como causa a imprudência de motoristas considerados “aptos” a dirigir. Então, não basta apenas ter o documento oficial obrigatório (CNH), é preciso antes de tudo ter educação e civilidade para respeitar as leis, as pessoas e conviver de forma harmoniosa no trânsito.
Em Vitória da Conquista, particularmente, poucos são os condutores habilitados que respeitam semáforos, faixas para pedestre e demais sinalização. Muitos agem nas vias públicas como se estivessem num ringue disputando a última luta da competição. Parece que o sujeito quando entra no carro, sobretudo se o veículo for possante e com películas escuras, tipo vagalume, incorpora todo o ódio contra o seu semelhante. Falta calma aos motoristas para suportar os “desaforos” das fechadas, dos pedestres, dos ciclistas, dos carroceiros e principalmente dos motoqueiros. Outros são tão calmos que param em fila dupla, ligam o sinal de alerta, e pouco se importam com o caos no trânsito. Há ainda aqueles (motoristas) “normais” que usam as poucas vagas das vias públicas e estacionamentos de supermercados, destinadas a idosos e portadores de necessidades especiais.
Na rua lateral do Shopping Conquista Sul, motoristas ignoram a sinalização vertical bem visível a todos e estacionam seus veículos embaixo da placa. Por causa disso os ônibus são obrigados a mudar o itinerário porque não conseguem manobrar, prejudicando dezenas de usuários do transporte coletivo que se deslocam para outro ponto.
Especialistas em trânsito apontam que a repressão imposta pela legislação é apenas um remédio imediato contra condutores mal educados, estressados e arrogantes. Porém, a solução definitiva está na educação das crianças, dos adolescentes e dos jovens de hoje para que no futuro se tenha a tão sonhada paz no trânsito. Enquanto isso, todos devem fazer a sua parte, qual seja, sempre se colocar no lugar daquele que deseja atravessar a rua, que precisa da preferência para avançar, da vaga para estacionar, enfim, de saber viver e conviver como pessoas civilizadas.