Operação Voucher: PMDB vê exageros em operação da Polícia Federal e cobra lealdade do governo petista
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Na análise do vice-respidente da República, o peemdebista Michel Temer, houve excessos na ação policial. Senador Valdir Raupp (RO) citou prisão “sem provas” do ex-deputado baiano Colbert Martins. Incidente pode criar desgaste entre o Governo Dilma e o partido aliado.
O comando nacional do PMDB criticou hoje a atuação da Polícia Federal e do governo da presidenta Dilma Rousseff na Operação Voucher, que prendeu indicados do partido no Ministerio do Turismo. Para o presidente em exercício da legenda, senador Valdir Raupp (RO), “foi uma injustiça o que fizeram com o PMDB”. Na análise do vice-respidente da República, Michel Temer, houve excessos na ação policial.
Raupp reclamou, sobretudo, da prisão do pemedebista Colbert Martins, secretário nacional de políticas de Desenvolvimento para o Turismo, “sem uma única prova”. “Condenar uma pessoa, apunhalar sem uma única prova é uma coisa muito difícil”, disse hoje. “Houve execsso do juiz que decretou a prisão, do promotor, da Polícia Federal que prendeu, que algemou pessoas inocentes”, declarou.
A Operação Voucher investiga suspeitas de irregularidades em convênios do Ministério do Turismo e prendeu 36 pessoas nesta semana. O dirigente disse que é “meio difícil de acreditar” que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não sabia da operação da Polícia Federal, já que a PF é subordinada ao ministério.
Em crítica indireta ao tratamento dado pelo governo ao partido, Raupp alegou que o PMDB esteve sempre ao lado do governo federal, “mesmo nos momentos mais difíceis do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não deixamos de dar apoio ao governo”, disse.
O vice-presidente da República disse ter ficado “muito chocado” com a atuação da Polícia Federal na Operação Voucher. “Os exageros nos últimos acontecimentos são notórios. Eles não surgiram de uma coisa gravíssima”, declarou. “O que se fez com o ex-deputado Colbert Martins foi absolutamente desnecessário”, criticou Temer. “A história das algemas pegou muito mal”, disse, lembrando que o Supremo Tribunal Federal determinou o uso de algemas em prisões apenas em casos de “periculosidade intensa”.
Apesar das críticas, o presidente em exercício do PMDB afirmou que o partido apoiará “integralmente” o governo na Câmara e no Senado. “Nao estamos no governo. Nós somos governo”, resumiu Raupp. Na mesma linha, Temer disse que que o PMDB tem uma “aliança sólida” com o governo, mas que é preciso “mais diálogo e conversações”.
Temer e Raupp participaram de cerimônia de filiação do ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, em São Paulo. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, alvo de investigaçao do governo, também participou.