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Meu Jogo Inesquecível: Luiz Caldas e o reencontro do Bahia com a Série A

Globoesporte.com

Agora metaleiro, pai do axé music, que jogou com a camisa tricolor, eterniza empate de 3 a 3 com Fla no Brasileiro 2011, em que Jobson foi herói no fim.

Ele já não anda mais descalço. O som que sai das suas guitarras já não é o axé music, ritmo que criou no fim dos anos 80 e conquistou o país. Luiz Caldas deixou de lado o colorido do axé para usar o preto. O pai do ritmo baiano mais famoso do Brasil agora é metaleiro. Sua nova paixão é o heavy metal. Metamorfose musical à parte, uma coisa não mudou na vida de Luiz: o amor pelo clube do coração.

Com ou sem fricote, a paixão de Luiz Caldas pelo futebol não é recente. O maior culpado é o Esporte Clube Bahia. Torcedor de arquibancada, o músico foi arrebatado pelo Esquadrão Tricolor desde cedo e, aonde quer que vá, faz questão de levar as cores do time baiano.

– Sempre torci pelo Bahia. Minha família sempre gostou do esporte. Apesar de meu pai não ser Bahia, não teve jeito. Quando pintou no coração o sentimento, ele foi vermelho, azul e branco. É Bahia e não tem jeito – declara.


Fã da Fonte Nova, Luiz vai pouco ao estádio de Pituaçu devido a problemas na agenda. E, como a maioria dos tricolores, o cantor reclama que os 32 mil lugares da atual casa do Bahia representam muito pouco para a torcida. – Sempre fui torcedor de estádio. Fui tantas vezes à Fonte Nova… Hoje eu vou pouco a Pituaçu, porque normalmente estou trabalhando. E Pituaçu é um estádio pequeno. É um estádio que não condiz com a grandeza da torcida do Bahia – reclamou Luiz.

Reencontro inesquecível

A memória do artista é povoada por jogos inesquecíveis do Bahia, mas um encontro recente ganhou a preferência de Luiz Caldas. Salvador, 29 de maio de 2011. Após um hiato de sete anos longe da elite do futebol brasileiro, o Bahia voltava a encontrar a sua torcida na Primeira Divisão. Para Luiz e todos os milhões de torcedores do Tricolor, os 2.723 dias afastados da Série A representaram uma eternidade. O empate de 3 a 3 diante do Flamengo, pela segunda rodada da Série A, teve um sabor diferente e, sem dúvida, marcante.

– Foi muito difícil com um time não preparado empatar aqui dentro de Pituaçu com o Flamengo cheio de estrelas. Foi um dia maravilhoso e um empate com gosto de vitória – contou o cantor.

A partida começou frenética, e o Bahia abriu o placar com Lulinha, aos 16 minutos. O Flamengo, no entanto, mostrou que foi a Pituaçu disposto a vencer, e Ronaldinho logo empatou, aos 29. Mas o dia era de Jóbson. Ainda em forma no gramado, apesar das indisciplinas fora dele, o camisa 11 pôs o Tricolor baiano na frente do placar novamente, aos 36.

Veio o segundo tempo e Bottinelli empatou para o Fla aos 9. Egídio, ainda com a camisa rubro-negra, antes de ser cedido ao Ceará, fazia sua melhor exibição e virou o jogo, aos 27. Mas Jóbson, inspirado, fez jogada individual e, aos 44, levou à loucura Luiz Caldas e os tricolores, com o empate por 3 a 3. Pena que o atacante, ex-Botafogo, acabou dispensado antes do fim do primeiro turno, por indisciplina.

Homenagens e uma decepção

O amor de Luiz Caldas pelo time do coração também serve de inspiração para o artista. O Tricolor já foi tema de algumas composições do cantor. No começo da carreira, Luiz gravou a música “Como um raio”, em homenagem a Osni, então jogador do Bahia.

Anos depois, em 1987, o fricote de Luiz Caldas contagiava o país. E aí foi a vez de o músico ser homenageado pelos jogadores do Bahia. Na vitória de 3 a 1 do Tricolor sobre o Comercial de Mato Grosso do Sul, o atacante Zé Carlos, autor de dois gols, comemorou fazendo a dança que era sucesso no país. Na arquibancada, Luiz vibrou com o time e com a homenagem. Antes disso, em 1983, Luiz Caldas fez história ao defender as cores do Bahia em campo, em um amistoso disputado no interior do estado.

– Joguei cinco minutos com a camisa do meu time. Foi maravilhoso. Era um amistoso e estive ao lado dos meus ídolos. O Osni era o técnico. Foi uma diversão, uma festa danada em Santo Antônio de Jesus – lembra.

Mais de 20 anos depois, em 2004, Luiz sofreu uma decepção futebolística. O artista foi homenageado pela Federação Baiana de Futebol e deu nome ao troféu de campeão estadual. O coração tricolor precisou deixar de lado a emoção: decepcionado, Luiz Caldas entregou a taça de campeão baiano com o seu nome ao maior rival, o Vitória, que derrotou o Tricolor na decisão do campeonato. Ainda assim, Luiz encontra na mágoa, um espaço para provocar o rival.

– Aquilo foi uma das coisas mais tristes da minha vida. Tive que entregar a taça que levava meu nome. Mas isso mostra que o Vitória gosta de ter uma coisinha do Bahia. Quando você for na sala de troféus dele, vai estar lá uma taça com o nome de um torcedor do Bahia – brincou o artista, minimizando a decepção.

Em 2010, após sete anos de sofrimento, a densa nuvem de tristeza se dissipou. “A maldição”, nome da atual música de trabalho de Luiz Caldas, chegou ao fim. O Bahia voltou à Série A depois de uma brilhante e emocionante campanha na Série B – momento propício para o cantor colocar em prática, mais uma vez, os seus dotes de artista. Aproveitando o acesso e o aniversário de 80 anos do clube, comemorados em 2011, Luiz, que acredita na permanência na Série A, compôs “Várias estrelas”, em homenagem ao Tricolor.

Confira a letra:

“Várias estrelas”
Bahia, meu time do coração;
Bahia, meu eterno esquadrão;
Diz que esse galante não tem jeito;
O meu escudo vale as estrelas do peito;
Bahia da torcida tricolor,
Bahêa, minha porra! Meu amor!
Bahia, sua torcida é uma nação;
Do Brasil foi várias vezes campeão;
Bahia é a razão da minha satisfação;
Bahia será sempre campeão!



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