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Salvamar contabiliza 1.050 casos de afogamentos em Salvador este ano. Jovem de 18 anos e turistas espanhol sumiram em praias no estado.
O litoral de Salvador tem registros até segunda-feira (14) de 1.050 casos de afogamentos este ano, de acordo com o Salvamar. Quatro pessoas morreram. Um rapaz está desaparecido. O número de mortes se aproxima aos registros de janeiro a dezembro de 2010, quando foram contabilizados cinco casos fatais entre 1.340 afogamentos. No interior do estado, somente no feriado prolongado que terminou na terça-feira (15), a forte correnteza do mar vitimou três pessoas – duas morreram – entre elas, uma criança de 7 anos – e um turista espanhol está desaparecido.
Segundo o chefe de treinamento do Salvamar em Salvador, Jorge Cerqueira, a maré fica muito agitada no período de primavera, situação agravada pelo histórico recente de chuvas. “Esse período é muito perigoso. Nos últimos 15 dias tivemos muita chuva, muito vento. Mesmo que o sol saia, às vezes o tempo não está bom. Temos que estar sempre atendo à ressaca, à enchente da maré”, diz.
O caso mais recente de afogamento ocorreu no mar da praia de Itapuã, na capital. Um jovem de 18 anos está desaparecido desde as 15h de terça-feira. O 13º Grupamento Marítimo, do Corpo de Bombeiros, suspendeu as buscas no começo da noite. De acordo com o órgão, o rapaz estava com um grupo de evangélicos, entrou no mar com dois colegas, todos se afogaram e apenas ele não foi resgatado. A busca pelo jovem será retomada pelos mergulhadores do GMar às 8h desta quarta-feira (16).
“A Pedra do Sol [nome da praia] tem relevo depreciado, o que dificulta as buscas”, afirma Cerqueira. Ele comenta que, em situação de afogamento, quem for resgatar a vítima deve levar objetos flutuantes como brinquedo de criança, garrafa-pet, boia. “Nunca se deve oferecer a mão sozinha”, comenta.
Interior
No sul do estado, o corpo do Ian Caic Ramos, de 17 anos, foi encontrado por um morador no início da tarde de segunda-feira, em uma praia no litoral norte da cidade de lhéus, a cerca de três quilômetros da Ponta da Tulha. Segundo a dona de casa Romilce Santana, amiga da família, Ian não sabia nadar e tomava banho no pai quando foi levado pela força do mar. “Minha sobrinha correu, ainda segurou no braço com o pai, mas o menino caiu e não teve como se salvar”, relata.
Pela manhã, uma criança de sete anos foi encontrada morta na praia de Lençóis, em Una, região de Ilhéus. De acordo com familiares, a menina brincava na areia com outras crianças e estava sendo observada por adultos. “A gente estava olhando de cima o tempo todo”, disse uma tia.
O espanhol José Orquenze Ortiz, de 65 anos, morreu afogado em Ilhéus na mesma tarde, na praia de São Miguel. A esposa da vítima, Ana Maria Santos, disse que seu marido mergulhou no mar e também foi puxado pela correnteza. O espanhol é aposentado e tinha chegado há dois dias no Brasil com planos de morar em definitivo no Brasil. “A gente ficou desesperada. Ia passando um rapaz, pedimos socorro. Se tivesse um salva-vidas aqui, poxa, tinha como salvar ele, né”, diz a esposa. Até a manhã desta quarta-feira, o espanhol permanece desaparecido.
Moradores dizem que são comuns casos de afogamentos de turistas na praia do São Miguel porque há muitos buracos. Segunda a dona de casa Andrea Galindo, já foi feito pedido de salva-vidas no local para prevenir os visitantes sobre o perigo, mas até o momento não foi atendido. “Não tem ninguém aqui para avisar aonde que se pode ir, se é perigoso ou não.Aqui precisa urgente de um salva-vidas”, aponta.
O chefe do corpo de Salva Vidas de Ilhéus, Almerindo Martins, informou que 30 profissionais fazem a segurança ao longo de 84 km de praia. Segundo ele, um concurso público está em fase de conclusão e 50 novos profissionais de salvamento serão contratados até janeiro.