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Na guerra, cachorros podem sofrer como soldados, dizem especialistas

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Cresce o número de cães que desenvolveme estresse pór-traumático após servirem no Iraque e no Afeganistão.

Dereck Stevens beija seu cachorro militar durante exercício em base de Lackland, em Santo Antônio (27/10)

O alerta foi feito por um médico do Afeganistão a especialistas em comportamento dos Estados Unidos. Seu paciente tinha acabado de passar por um tiroteio e agora estava encolhido em uma caminha, se recusando a sair. Nem os brinquedos de morder funcionaram.

Síndrome de estresse pós-traumático, pensou o Dr. Walter F. Burghardt Jr., chefe de medicina comportamental do Hospital Militar Canino Daniel E. Holland na Base Aérea de Lackland. Se alguém precisasse provar o papel desempenhado pelos cães na linha de frente das guerra atuais, eis a evidência mais recente: os soldados de quatro patas e nariz úmido que são usados para farejar minas, rastrear combatentes inimigos e verificar edifícios estão lutando contra as mesmas doenças mentais que seus companheiros humanos.

Segundo estimativas, mais de 5% dos cerca de 650 cães militares usados por forças de combate dos Estados Unidos desenvolveram o estresse canino. Destes, cerca de metade devem ser retirados do serviço, disse Burghardt.

Embora especialistas tenham há muito diagnosticado problemas comportamentais em animais, o conceito de estresse pós-traumático canino foi criado há cerca de 18 meses. Veterinários militares têm analisado padrões de comportamento perturbadores entre os cães que foram expostos a explosões, tiros e outros combates violentos no Iraque e no Afeganistão.

Como os seres humanos portadores da doença, cães diferentes têm sintomas diferentes. Alguns se tornam hiper vigilantes. Outros evitam edifícios ou áreas de trabalho nas quais anteriormente se sentiam confortáveis. Alguns sofrem mudanças bruscas de temperamento, tornando-se agressivos, carentes ou tímidos. Mais importante: muitos param de fazer as tarefas para as quais foram treinados.

Yuri, cão militar, faz fisioteriapia para suas pernas em base de Lackland (26/10)

“Se o cão é treinado para encontrar explosivos improvisados e parece que ele está trabalhando, mas não está, não é apenas o cão que está em risco”, disse Burghardt. “Esta é uma questão de saúde humana também.”

O fato de os militares estarem realmente interessados no aparecimento da desordem canina ressalta a importância do trabalho dos cães nas guerras atuais. Antes utilizados principalmente como sentinelas peludos, os cães militares – na maioria pastores alemães, pastores belgas e labradores – agora atuam em uma ampla variedade de tarefas especializadas.

Eles são amplamente considerados os instrumentos mais eficazes para a detecção de dispositivos explosivos improvisados, ou IEDs na sigla em inglês, frequentemente usados no Afeganistão. Normalmente feitos com fertilizantes e produtos químicos, eles contém poucos ou nenhum metal, e por isso podem ser quase impossíveis de detectar. Nos últimos três anos, os IEDs se tornaram a principal causa de mortes no Afeganistão.

O Corpo de Fuzileiros Navais também começou a usar cães treinados para rastrear combatentes do Taleban e fabricantes de bombas. Além disso, grupos de Operações Especiais treinam seus próprios cães para acompanhar equipes de elite em missões secretas – como o ataque realizado pela equipe Seal que levou à morte de Osama bin Laden no Paquistão. Em todas as forças militares, mais de 50 cães foram mortos desde 2005.

O número de cães em serviço ativo subiu de 1,8 mil em 2001 para 2,7 mil, e a escola de treinamento em Lackland passou a ficar constantemente ocupada preparando cerca de 500 cães por ano. O mesmo acontece com o hospital Holland.

Burghardt, 59, que se aposentou no ano passado como coronel da Força Aérea, raramente vê seus pacientes com estresse pós-traumático. Consultas com médicos veterinários no campo geralmente são feitas por email, telefone ou Skype, e muitas vezes envolvem documentação em vídeo.

Em uma série de vídeos que Burghardt usa para treinar veterinários para detectar a desordem canina, um pastor late freneticamente ao som de tiros que antes tolerava em silêncio. Outro pode ser visto inspecionando com confiança o interior de carros, mas depois se recusando a entrar em um ônibus ou em um edifício. Outro permanece sentado e apático. Em seguida, depois de finalmente responder à intimação do seu manipulador, ele foge de um grupo de soldados afegãos.

Em cada caso, teoriza Burghardt, os cães viam em um objeto, veículo ou pessoa um “sinal” para alguma violência que tinham testemunhado. “Se você quiser descrever seu pensamento como o de um humano”, disse ele, “o cão está pensando: quando vejo esse tipo de indivíduo, as coisas explodem, e estou angustiado”

O tratamento pode ser complicado. Uma vez que o paciente não consegue explicar o que está errado, veterinários e tratadores devem fazer suposições sobre os eventos traumatizantes. Os cuidados podem ser tão simples como tirar um cão das rotas de patrulha e aumentar sua rotina de exercícios e treinamento de obediência.

Casos mais graves receberão o que Burghardt chama de “dessensibilização contra condicionamento”, que implica em expor o cão a uma distância segura de uma imagem ou som que podem desencadear uma reação – um tiro, um estrondo ou um veículo, por exemplo. Se o cão não reagir, ele recebe uma recompensa e o objeto do trauma é movido progressivamente para perto até que o cão se sinta confortável com ele.

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