Para petistas, Geddel age contra Dilma

Tribuna da Bahia

As acusações de que o PT deseja abocanhar cada vez mais espaços e não apoiar os aliados, foram rejeitadas pelo presidente da sigla, Jonas Paulo.

Armados com estratégias e discursos de que irá prevalecer à unidade do PT na corrida ao Palácio Thomé de Souza em 2012, lideranças petistas desdenharam das declarações do ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que em entrevista a Tribuna disse que a pré-candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino, além de não empolgar, não une o PT. Confiantes de que irão se articular em prol da inédita vitória na capital baiana, partidários do PT criticam a direção tomada pelo PMDB no Estado, ao afirmarem que o partido segue na contramão do projeto nacional.

O presidente estadual, Jonas Paulo rebateu as afirmações de Geddel, frisando que “ele deve se preocupar com o PMDB que está sem norte pela opção desastrada e fracassada de 2010”. Conforme o dirigente do PT, o seu partido saiu vitorioso nas últimas eleições estaduais, alcançando na Bahia o maior resultado do país. “Já eles (PMDB baiano) estão desarticulados do projeto nacional e caíram no colo da oposição no Estado. Isso sim é o que desagrada”, disparou.

O nome de Pelegrino como aposta do partido para disputar a prefeitura também foi defendido por Jonas. “O PT empolga muito e Pelegrino foi eleito por unanimidade para ser o nosso pré-candidato. Além disso, ele é o coordenador da bancada federal baiana em Brasília, estando entre os três federais mais votados em Salvador em todas as eleições para deputado”, exaltou.

As acusações de que o PT deseja abocanhar cada vez mais espaços e não apoiar os aliados, foram rejeitadas pelo presidente da sigla. “Na maioria das 20 principais cidades do interior estamos negociando com os aliados e onde eles estiverem melhor posicionados, nós apoiaremos. Com isso o PT mostra o seu desprendimento”, afirmou. Ainda como resposta, Jonas acusou Geddel de servir ao grupo de oposição ao governo Dilma Rousseff. “Por ter se desgarrado do projeto nacional aparece então como franco atirador, servindo de linha auxiliar da oposição à presidenta Dilma. Talvez ele esteja um pouco atordoado com as questões da transposição do Rio São Francisco e por isso está falando ao esmo”, ironizou.

O deputado Nelson Pelegrino preferiu restringir sua resposta, usando de tom irônico. “Eu prefiro responder com os atos, com o trabalho do meu dia a dia. Não vou entrar nesse jogo e nem vou perder tempo com o ex – ministro”, disse com ênfase. A militância do PT foi destacada pela presidente do partido em âmbito municipal, a vereadora Marta Rodrigues, como um dos pontos que demonstram a “força” da sigla e “unidade” em torno do nome de Pelegrino. “Não ele (Geddel) quem vai dizer como devemos no organizar. Como é que fazemos um encontro daquele com participação maciça da militância, coisa que o PMDB não tem, tendo ainda representantes de todos os movimentos LGBT, ambiental, de negros, e de cultura, de mulheres e não temos unidade?”, questionou. Ainda em tom de crítica, Marta disse que “Geddel deve cuidar é de seu partido que está caindo das pernas e deixar o PT que é um partido organizado”.