Joel Santana diz que Flamengo está quase pronto: ‘Já virou música’

Globoesporte.com

Técnico não divulga o substituto de Renato, mas, contra o Resende, a base do time será a mesma que venceu o Nova Iguaçu.

As dores no corpo, agravadas pelo desconforto da viagem de avião na volta de Buenos Aires, não arranharam o bom humor de Joel Santana. Na entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, véspera do jogo decisivo contra o Resende, o técnico deu respostas divertidas, mas também reclamou, de um jeito discreto, do calendário da equipe, que tem se dividido entre Libertadores e Campeonato Carioca.

A escalação do time que vai disputar uma vaga na semifinal da Taça Guanabara ele não deu. Disse que não é mistério, precisa apenas pensar no substituto ideal para Renato, que fraturou a mão direita e está vetado. Nas demais posições, nenhuma dúvida. – Qual é o time do Flamengo? Fala para mim – perguntou, com a mão no ouvido, a um jornalista. O repórter começou a dar a escalação, o técnico abriu um largo sorriso e soltou:

– Já virou música. O time já está bom. Time bom é o que vocês escalam para mim. O Babão (roupeiro) já entrega a camisa lá dentro certinho. Mas ele também vai me perguntar quem joga no lugar do Renato. Vou responder a mesma coisa que disse a vocês. Ainda procuro a equipe que se encaixe no gosto do clube, no meu gosto. Eu vou encontrar, com certeza. Já temos uma defesa mais ou menos organizada com o que tenho de melhor. O meio está precisando de um detalhe, no ataque tenho três e pode ser colocado o quarto ou não. Depende. Futebol pode tudo.

Joel tem Luiz Antonio e Bottinelli como opções. E ainda tem Maldonado, titular na quarta-feira, pela Libertadores. O treinador, aliás, explicou a formação com quatro volantes do empate por 1 a 1 com o Lanús, quando usou Airton, Maldonado, Willians e Renato. Segundo ele, a referência foi o Flamengo campeão de 2009.

– Qual foi a formação do Flamengo campeão brasileiro?

Os jornalistas citaram Airton, Willians, Maldonado e Petkovic.

– Ah…. eu não faço as coisas por um acaso. Não invento nada. Faço com coerência. Fui ver lá atrás, na história do clube, que o Flamengo tinha sido campeão com um meio-campo parecido com o que colocamos. Ninguém falou isso, alguém falou? Hoje está todo mundo sabendo. E a coisa deu certo. Quando tirei o Airton eu tomei o gol. Não deu tempo de arrumar a equipe. A gente estava estudando, vendo a situação de cansaço, a mão do Renato. Foi isso que aconteceu.

Também em 2009, em fevereiro, num sábado de carnaval, o Flamengo perdeu para o Resende numa semfinal da Taça Guanabara. Para o lado ruim, a memória de Joel falha.

– Não me lembro o que comi na semana passada, rapaz. Bife com batata frita? Futebol se renova a todo momento, num piscar de olhos. No futuro a gente tem que conversar seriamente. Esse time que enfrentamos na casa dele fez um jogo na sexta-feira. Nós jogamos domingo em Macaé, num calor daqueles. Pegamos o avião numa viagem que deveria durar 35 minutos e levou 1h45m. Chegamos com o coração aqui (na garganta). No outro dia viajamos, tivemos só três dias, o terceiro dia era do jogo. Dentro de um caldeirão que só quem foi lá sabe. Não é mole. Temos que nos preparar melhor para a Libertadores. Vamos dizer que amanhã a gente consiga o nosso objetivo. Vamos jogar numa quarta de carnaval. É ruim para todo mundo. Qual o time que se prepara para fazer espetáculo de semifinal assim?

A delegação chega a Volta Redonda nesta tarde. A partida contra o Resende será no Raulino de Oliveira, às 16h20m (de Brasília). O Flamengo tem de vencer para não depender de um tropeço do Botafogo, que enfrenta o Macaé. O Resende joga pelo empate.