A Tarde

Apesar do valor recorde de R$ 22,3 bilhões que será aplicado pelo Plano Safra 2012/2013 da Agricultura Familiar no País, produtores rurais e entidades de classe do Estado da Bahia consideram a medida insuficiente para o fortalecimento da atividade produtiva. Na Bahia, a agricultura familiar é responsável por 10% do produto interno bruto (PIB), segundo dados da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri).
Na última edição do Plano Safra, no ano passado, o governo federal destinou R$ 900 milhões para a Bahia. Em relação a este ano, até o fechamento desta edição, o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Welliton Rezende Hassegawa ainda não tinha a projeção de quanto do montante de crédito será destinado ao Estado este ano.
Para os agricultores familiares, a política pública oferecida pelo governo federal não é suficiente para modificar o setor, considerado estratégico para o desenvolvimento do País. “O governo anuncia recursos, mas os agricultores familiares têm dificuldades no acesso a eles. É um política emergencial, mas não é estruturante, tem seus avanços, mas é muito aquém da nossa realidade”, ressalta Urbano Carvalho Oliveira, presidente da União das Cooperativas de Agricultura Familiar. A cadeia produtiva do setor é responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos baianos, como feijão, arroz, milho, hortaliças, mandioca e pequenos animais – básicos na dieta do brasileiro.
Desafios
Burocracia no repasse dos recursos e falta de assistência técnica são os principais obstáculos apontados pelos agricultores familiares. A Bahia tem um dos maiores contingentes desse segmento: 665 mil famílias. No entanto, a assistência técnica oferecida pelo governo do Estado, por meio da Seagri, chega a menos de 400 mil famílias. “Até o final do ano, queremos atingir esse número, que é uma forma de fazer com que o dinheiro chegue às mãos dos produtores”, diz o secretário da Seagri, Eduardo Salles.