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Projeto para casa de Jorge Amado no Rio Vermelho é apresentado, mas falta o financiamento

Rede Bahia | iBahia

Cem anos após o nascimento do escritor, a casa onde ele e sua família viveram pode se tornar um lugar sagrado também para os fãs.

“No banco de azulejos, à sombra da mangueira”, são as palavras de Jorge Amado sobre suas cinzas, colocadas, como ele queria, no jardim de sua casa, no Rio Vermelho. Cem anos após o nascimento do escritor, a casa onde ele e sua família viveram por quase 40 anos pode se tornar um lugar sagrado também para os fãs.

Ao lançar, na manhã da sexta-feira (10), o projeto arquitetônico de um memorial em sua casa, a família Amado deu início à oportunidade que muitos leitores de Jorge sempre quiseram ter: conhecer sua vida pessoal, seus objetos, seus lugares de inspiração. Fundação Casa de Jorge Amado guarda toda a obra do escritor no Pelourinho:

O projeto

presente do arquiteto português Miguel Correia, 50, amigo da família, que pretende restaurar a casa como ela era durante a vida de Jorge – foi apresentado ontem, num café da manhã para convidados, entre eles o governador Jaques Wagner e três candidatos à prefeitura de Salvador: ACM Neto (DEM), Mário Kertész (PMDB) e Nelson Pelegrino (PT), além do secretário de estado da Cultura de Portugal (equivalente a ministro da Cultura), Francisco Viegas, e o presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior.


“Acho que o governo deveria olhar com muito carinho e atenção para esse projeto. Aliás, ele deveria receber atenção tanto do governo quanto da própria iniciativa privada. É obrigatório perpetuar a memória de Jorge. Ele é uma referência para quem vem de fora, e para o Brasil e a Bahia”, disse Antonio Carlos Júnior. “Temos que mostrar mais nossa história e as pessoas que foram importantes pra nossa terra”, concluiu.

Ideia é que casa mantenha características de Jorge, com objetos pessoais como roupas, livros e até móveis

A “casa do Rio Vermelho” de Jorge Amado foi fechada em 2003, depois que Zélia Gattai se mudou, dois anos após a morte do marido, em 2001. Envelhecida e correndo o risco de cair, a casa passou por reforma, entre 2009 e 2010. Os convidados que estiveram no local ontem puderam estar no jardim, na varanda e na sala, abertas para a exibição do projeto do futuro memorial. A ideia agora é adaptar a casa inteira, adequando a estrutura para a de um museu.

Financiamento

A família do escritor está buscando parcerias para a implementação e manutenção da casa-museu. “A parte de implementação não é complicada. São cerca de R$ 2,5 milhões. O problema é a manutenção do local, pagamento de funcionários, etc, que implica um custo razoavelmente alto”, explicou o filho João Jorge Amado, 64. Após a apresentação em vídeo do projeto, o governador Jaques Wagner afirmou que o financiamento está dentro das possibilidades do estado. “Não tem dificuldade do ponto de vista do financiamento, não é uma obra volumosa.

A matéria-prima já está aqui dentro, que é o fato de aqui ter sido a casa por 40 anos de Jorge Amado com Zélia”, analisou. “O fundamental é que a gente busque o arcabouço institucional que dê o maior conforto a todos da família e a todos do estado que querem transformar isso aqui num grande memorial”, finalizou.

Para além das fronteiras da Bahia, os netos do escritor contaram que dois países – Portugal e França – já demonstraram interesse em contribuir financeiramente. “Ainda não é nada concreto, mas meu avô tinha uma ótima relação com esses países, e eles se prontificaram a contribuir com a casa”, afirmou João Jorge Amado Filho, 32.

Proposta

O arquiteto Miguel Correia, criador do projeto, foi responsável pela revitalização da orla de Lisboa, contou que a ideia surgiu há cerca de um ano. “A ideia foi uma coisa meio espontânea. A família estava comentando que não tinha apoio, que o projeto de fazer um memorial estava meio encravado”, conta ele.

Apresentado à família, a proposta teve aprovação total. “O projeto de Miguel tá mais que aprovado, tá maravilhoso. Ele vai dar uma roupagem de inovação para a casa, mas sem perder sua essência. Pra gente é muito importante que a casa mantenha suas características principais”, afirmou Jorge Amado Neto, 28.

A proposta é expor objetos pessoais do autor, como roupas, livros, artefatos e até alguns móveis que ainda existem. Além da exposição permanente, estão previstas exposições temporárias de outros artistas. O jardim, onde estão as cinzas de Jorge e Zélia, é uma atração à parte.

“A ideia da casa é fazer um misto das duas coisas: uma ambiência da casa dele, com uma livraria, além de outros conteúdos, exposições temporárias. Vai ter também uma parte interativa sobre a vida de Jorge Amado. Não é um lugar para se visitar só uma vez”, explicou Correia.

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