Após análise da estrutura externa, engenheiro diz que prédio em Salvador já deveria ter desabado

Rede Bahia | G1

‘Prédio será demolido, assim como outras casas na área’, diz Defesa Civil. Moradores conseguiram tirar alguns objetos com orientação de técnicos. Técnicos da Defesa Civil ainda vão apresentar um relatório detalhado da situação.

Moradores do prédio de cinco pavimentos interditado na quarta-feira (12), no bairro de São Marcos, em Salvador, voltaram ao edifício nesta quinta-feira (13) para recuperar o que podiam. “O que nós podíamos salvar, nós salvamos. A autoridade já lacrou o prédio”, disse um dos moradores.

A comunidade está unida para evitar uma tragédia. Angélica Silva morava no primeiro andar do prédio. Ela estava saindo para trabalhar quando ouviu alguém dizer que era para desocupar o imóvel correndo. Ela não conseguiu tirar nada de dentro de casa. “Tá tudo lá dentro. Só peguei algumas roupas que eu consegui hoje pela manhã, porque o engenheiro disse que eu podia ir pegar. Tem móveis, tem tudo. Está tudo lá”, disse.

“A única alternativa é a demolição da edificação. Quanto alguns imóveis, como um imóvel laranja, vizinho ao prédio, que já está com a estrutura condenada, também será demolido”, explicou o sub secretário da Defesa Civil, Osnir Bonfim.

As casas que ficam no fundo do prédio também tiveram que ser desocupadas, de acordo com orientação da Defesa Civil. Os moradores improvisam uma mudança com urgência. Eles ainda não sabem para onde vão.

O padeiro Moabo Alves e a esposa Ana Paula conseguiram retirar do prédio alguns móveis e parte de alguns equipamentos de um salão de beleza que ela mantinha no prédio. “Eu vou ter que procurar uma outra casa, eu vou ter que recomeçar. Eu abandonei algumas coisas lá porque a Defesa Civil não me deixou entrar, quer dizer, eu vou ter que comprar outras coisas e recomeçar”, disse emocionado.

O caso

Um prédio de cinco pavimentos localizado no final de linha de São Marcos, na rua Getúlio Vargas, em Salvador, foi interditado pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) na manhã desta quarta-feira (12). Segundo Adroaldo Rodrigues, engenheiro da Codesal, os moradores do edifício deixaram o local após ser constatada ameaça de desabamento.

“A qualquer momento, o prédio pode ruir e desabar. Parece que ele está assim porque as fundações não suportaram o peso e o prédio está descendo. Mas não tenho maiores informações por enquanto”, relatou o engenheiro da Defesa Civil.

Obrigados a deixar suas casas por medida de segurança, alguns moradores seguiram para casa de familiares. No andar térreo do edifício, funciona um mercadinho e no último pavimento, uma academia. De acordo com Rodrigues, o imóvel será demolido caso não venha a desabar naturalmente. Outros prédios que ficam no entorno do edifícil também foram interditados pela Defesa Civil.