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Vítimas de golpe na Bahia não costumam prestar queixa, diz delegado especialista

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A cada 14,8 segundos um consumidor é vítima da tentativa de fraude conhecida como roubo de identidade.

As noites de sono da secretária Claudi Costa,  43 anos, já não são as mesmas. Desde outubro de 2012, quando ela descobriu que teve os dados pessoais furtados por estelionatários, Claudi não para de receber novas notícias de compras e operações de crédito realizadas em seu nome.

Criminosos já abriram uma conta telefônica com os dados dela na Vivo, realizaram compras superiores a R$ 1 mil na varejista Leader e contraíram uma dívida de aproximadamente R$ 42 mil na Caixa. “Já não consigo dormir direito pensando nisso”, desabafa. Agora, mesmo depois de ter avisado à Caixa sobre a fraude, Claudi já foi alertada de que seu nome será enviado para serviços de proteção ao crédito, como o SPC e o Serasa. Histórias como a dela se multiplicam Brasil afora a cada minuto. E não é exagero.

Uma pesquisa divulgada, ontem, pela Serasa Experian mostra que a cada 14,8 segundos um consumidor é vítima da tentativa de fraude conhecida como roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para obter crédito sem honrar os pagamentos. O dado faz parte do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes, que registrou, entre janeiro e dezembro de 2012, 2,14 milhões de tentativas de fraudes, número recorde desde 2010, quando a medição começou.

A pesquisa mostra ainda que os setores de serviço e telefonia lideraram os registros de tentativa de fraude em 2012. O setor de telefonia liderou as ocorrências no ano passado, com 749,2 mil casos, o equivalente a 35% dos registros. Em 2011, esse índice foi de 26%.

Os serviços, que incluem seguradoras, construtoras, imobiliárias e outros, tiveram 746,3 mil registros. O ranking ainda inclui bancos e financeiras (18%), varejo (10%) e outros (2%). O indicador da Serasa Experian aponta que houve queda nas tentativas de fraude nos bancos (18% em 2012; 26% em 2011 e 28% em 2010), por conta da retração na procura por crédito, e um crescimento em telefonia e serviços. A popularização da internet e das mídias sociais é apontada como um fator impulsionador desse tipo de ação criminosa.

O Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude – Consumidor é resultado do cruzamento de três conjuntos de informações das bases de dados: o total de consultas de CPFs efetuado mensalmente, a estimativa do risco de fraude em um sistema desenvolvido pela própria Serasa e o valor médio das fraudes ocorridas e registradas.

Golpes

Os principais tipos de golpes são a emissão de cartões de crédito com dados da vítima, o financiamento de eletrônicos, a compra de celulares com documentos falsos ou roubados, a abertura de conta com documentos falsos e a compra de automóveis com identificação roubada.

A superintendente de serviços ao consumidor da Serasa, Maria Zanforlin, ressalta a insegurança a que todos acabam ficando expostos ao compartilhar dados atualmente. “Hoje, ficou muito comum dar CPF, RG e outros dados para preencher fichas de cadastro. Não tem como estar 100% protegido desse tipo de crime”, acredita.

Maria enumera algumas medidas de segurança que podem ser adotadas: “Não dividir informações com pessoas estranhas, jamais fornecer dados pelo telefone se não tiver certeza de quem está do outro lado da linha e manter os computadores que costuma acessar sempre atualizados com antivírus e programas de segurança adequados”.

O advogado especialista em Direito do Consumidor, Alexandre Doria  lembra que esse tipo de crime é cada vez mais comum. “Com o comércio eletrônico, a ocorrência de crimes como estelionato tem crescido muito. Na esfera cível, é importante que o consumidor saiba que a responsabilidade por essas fraudes não é dele, mas sempre do fornecedor”.

Na Bahia, vítimas não costumam registrar casos

Segundo o delegado Charles Leão, titular do Grupo de Repressão a Crimes por Meios Eletrônicos, embora a utilização indevida de dados pessoais para cometer fraudes seja comum na Bahia, estima-se que ainda exista um número grande de pessoas que não registram as ocorrências. “É muito importante que os crimes sejam notificados, que as vítimas registrem boletins de ocorrência. A subnotificação desses delitos é algo que favorece a criminalidade”, pontua.

O grupo, fundado em meados do ano passado, foi criado para auxiliar nas investigações de delitos praticados virtualmente e funciona no Complexo de Delegacias dos Barris, em uma sala localizada no interior da Polínter. Leão ressalta a necessidade de ter cuidado com os dados pessoais e sempre registrar qualquer perda ou extravio de documento para evitar problemas futuros.

“Tem pessoas que perdem documentos, não registram e descobrem anos depois que empresas que já faliram foram abertas no nome delas e que estão devendo muito”, exemplifica. Ele alerta que, para evitar ser vítima de roubo de identidade, além da preocupação em manter os documentos pessoais em segurança, é importante evitar dar cheques de valores pequenos a pessoas desconhecidas, além de ter certos cuidados com o uso da internet.

“Um criminoso virtual age sem precisar ter qualquer contato físico com a vítima, e consegue em um ato só atacar milhares de pessoas. Ao enviar um spam (e-mail em massa) com um link malicioso, ele pode induzir várias pessoas a clicar naquele link e passa a ter acesso a vários dados, como senhas bancárias”, explica. “Os crimes virtuais são muito estimulados pela curiosidade humana.

Não clicar em qualquer link recebido por e-mail é uma medida de segurança importante”, destaca Leão. Outra orientação é redobrar o cuidado ao realizar compras na internet. Segundo ele, são muito comuns na Bahia casos de pessoas que compram em sites pouco confiáveis e acabam compartilhando dados indevidamente. “Há muita gente fazendo compras grandes pela internet sem se preocupar em checar se o site da compra é confiável. Só percebem que tudo não passou de um golpe quando o crime acontece”, relata. Ele lembra ainda que toda delegacia pode e deve registrar esse tipo de delito, se estiver dentro da sua área de atuação. “Tendo necessidade de suporte tecnológico, o delegado pode recorrer ao grupo”, explica.

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