Globoesporte.com
Vice-campeão da GP2, baiano de 23 anos será companheiro do britânico Max Chilton na escuderia: ‘Orgulhoso de dar o passo para a Fórmula 1’.
A Marussia anunciou oficialmente nesta manhã a contratação do brasileiro Luiz Razi. O baiano de 23 anos, – primeiro nordestino a chegar na Fórmula 1 – já pega o volante do MR02, o novo carro da equipe para 2013, nesta quarte-feira, no segundo dia de testes de pré-temporada no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, Espanha.
Sua estreia estava programada para quinta, mas foi antecipada porque seu novo companheiro, o britânico Max Chilton, danificou o carro ao bater no primeiro dia de atividades. Vice-campeão da GP2 em 2012, Razia foi reserva da equipe em 2010, quando o time se chamava Virgin.
– É fantástico voltar à Marussia e com muitas pessoas com quem trabalhei em 2010. Sei que esse time retribui a determinação e o sucesso de seus jovens pilotos. A intenção de seu programa é ser escola das próximas gerações de pilotos. Estou muito orgulhoso de dar o passo para um cockpit na Fórmula 1, particularmente no time que comecei essa jornada – disse o brasileiro.
Com a chegada de Razia, o Brasil mantém dois representantes na Fórmula 1. Felipe Massa segue na Ferrari enquanto Bruno Senna, sem vaga como titular, anunciou nesta terça-feira que disputará o Mundial de Endurance pela Aston Martin, que completa 100 anos.
Das ‘gaiolas’ à Fórmula 1: a trajetória de Luiz Razia
Das corridas de gaiola aos 12 anos na cidade de Barreiras (Bahia), onde nasceu em abril de 1989, até a F-1, foi um longo caminho. Sua carreira em monopostos começou em 2005, na F-Renault 2.0 Brasil e na Fórmula 3 Sulamericana, categoria pela qual sagrou-se campeão no ano seguinte. Em 2007, o baiano fez boa temporada na Euro 3000, além de algumas participações na World Series. Sua história na GP2 começou em 2008, com a entrada na divisão asiática da categoria. Nos três anos seguintes, fez temporadas discretas por equipes médias. Paralelamente, alimentava o sonho da F-1 ao ao participar de testes de jovens pilotos na VRT (atual Marussia) em 2010 e na Team Lotus (hoje Caterham) em 2011.
Depois de quase ser obrigado a deixar o automobilismo, teve a grande oportunidade da carreira em 2012. Ele entrou na Arden, de Christian Horner, chefe da RBR, bicampeã mundial de pilotos e construtores na F-1. Razia agarrou a chance com unhas e dentes. Fez uma temporada brilhante, com quatro vitórias, e por pouco não faturou o título, que ficou com o italiano Davide Valsecchi (novo piloto reserva da Lotus). E 2012, o baiano também participou dos testes para novatos pela Force India e STR. Ciente que em tempos de crise econômica mundial, as equipes de F-1 também buscam um suporte financeiro, ele reuniu patrocinadores e conseguiu, enfim, realizar seu grande sonho. Porém, ele lamenta que, para alcançar seu objetivo, não contou com o apoio de investidores nacionais.
A busca por um lugar ao sol não foi fácil. Razia manteve conversas com diversas equipes do grid, como STR, Force India, Caterham e Marussia. A princípio, o baiano lutava por um cockpit em uma equipe do pelotão intermediário. Como a filial da RBR manteve a dupla Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne e a concorrência na Force India era grande, o baiano então apostou suas fichas nos times menores. O objetivo maior era estar no grid da F-1 para, aí sim, começar a construir uma história na categoria máxima do esporte a motor.