Bahia 247
Principal alvo da inspeção iniciada ontem será a corrupção e Falcão prometeu mais rigor do que a ex-corregedora Eliana Calmon, agora ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A primeira impressão que a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teve do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) na correição que iniciou ontem foi das piores possíveis e o órgão prometeu “limpeza geral” na corte. “A notícia que corre o Brasil inteiro é de que o TJ-BA é o pior do Brasil. Precisamos esclarecer se isso é verdade”, disse o corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão.
Segundo o CNJ, o TJ-BA é o mais atrasado do país na regularização dos cartórios, registra irregularidades no serviço de mais de 20 varas e tem “excesso de cargos comissionados” na presidência. O principal alvo da inspeção iniciada ontem, segundo o CNJ, será a corrupção e Falcão prometeu mais rigor do que a ex-corregedora Eliana Calmon, agora ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Vamos ser rigorosíssimos nessa questão. Corre até o risco de sentirem saudade da ministra Eliana [Calmon]”, disse o corregedor.
Se Eliana Calmon ficou conhecida como a caçadora dos ‘bandidos de toga’ e não conseguiu pôr o Tribunal de Justiça da Bahia nos eixos, o que fará Falcão? “É preciso varrer a imagem de corrupção do Tribunal”, disse o corregedor. Diante das afirmações pesarosas do corregedor do CNJ, o presidente da corte baiana, desembargador Mário Alberto Mario Hirs, disse que casos de corrupção são pontuais e que o rótulo de pior do Brasil é construção da imprensa. Sobre o excesso de cargos comissionados, Hirs alegou impedimento da corte de realizar concurso público e se queixou ainda de falta de dinheiro para melhor estrutura ao Judiciário baiano. Improbidade e nepotismo cruzado pegam carona na corrupção possivelmente encontrada no TJ-BA, segundo o CNJ.