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“Dor é extrema. Você fica paralisado”, diz estudante com suspeita de febre Chikungunya

tv sudoeste bahiaRede Bahia | G1

Enfermeira Márcia Teles está entre os 300 casos suspeitos na Bahia. Catorze casos foram confirmados no município, maior parte em único bairro.

“Estou com os sintomas há três meses. Muitas dores no corpo, calafrios e manchas vermelhas. A dor é extrema. Você fica paralisado”, diz a estudante de enfermagem Márcia Teles, 35 anos, umas das pessoas do município de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, que está sob a suspeita de ter contraído o vírus chikungunya.

O Ministério da Saúde confirmou 14 casos na cidade baiana. Em todo país, até o momento, foram 16 as suspeitas confirmadas – as outras duas ficam no Oiapoque, Amapá.

Segundo Márcia Teles, que é moradora do bairro George Américo, onde a maior parte dos casos confirmados foi registrado, outras pessoas da família têm apresentado os sintomas da doença. “Lá em casa, além de mim, estão o meu pai, minha mãe, minha filha e a minha irmã. Eu sou estudante de enfermagem e, logo de início, imaginei que fosse dengue. Entretanto, na segunda semana [com os sintomas], estranhei. Comecei a investigar e descobri, por meio da internet, que poderia ter sido esse novo vírus. Vi antes mesmo da Secretaria de Saúde ter divulgado os casos aqui na cidade”, contou.

De acordo com a paciente, os sintomas são sempre os mesmos, mas se apresentam com intensidades diferentes a depender do indivíduo. “Teve um período em que fiquei com a mão atrofiada. Eu pensei que não ia voltar. Minha mãe [que tem 55 anos], que já tem problema de circulação, não está conseguindo andar, nem mexer os braços. Já na menopausa há mais de um ano, chegou menstruar de novo. Minha filha também sentiu muitas dores por sete dias, mas agora está melhor. Meu pai está com os pés bastante inchados”, detalhou.

Márcia conta que os exames dela e dos familiares foram encaminhado para o Pará, por meio da Secretaria de Saúde, e os resultados devem chegar em sete dias. Ela suspeita de que um vizinho, que trabalha como mestre de obras na África, tenha levado o vírus para o município. “Não tinha me atentado, mas depois é que eu fui perceber. Esse vizinho estava doente. Ele chegou até a ir lá em casa. Ele já voltou para África, mas a família dele agora também está doente. A mulher dele está com o vírus há cinco meses”, descreveu.

No bairro vizinho, chamado Gabriela, uma senhora de 55 anos também integra a lista de pessoas que estão sob suspeita da doença. “Já estou com os sintomas há mais de um mês. Ontem, meu filho [de 21 anos] também apareceu com os sintomas. Ainda sinto muitas dores. Para fechar os dedos da mão esquerda dá trabalho. Os pés estão bem inchados”, comentou Marisa Nunes. A moradora, que trabalha numa escola do bairro, conta que foi submetida a exames e que possibilidade de ser dengue foi refutada. “É horrível. Apareceram muitas manchas vermelhas no corpo, tipo sarampo. Coceira horrível de ter que me recostar na parede. Meu filho agora já apresentou febre de 38,9°”, conta.

Epicentro

Segundo o médico infectologista Antônio Bandeira, a doença pode se espalhar para outros municípios. “Feira de Santana talvez seja o epicentro de uma grande epidemia que nós  tenhamos para o Brasil inteiro. O Aedes aegypti pode, inclusive, transmitir junta as duas doenças. Tem caso de descrição de indivíduos que disseram que pegaram ao mesmo tempo”, alertou. Ele disse que as transmissões ocorrem da mesma forma da dengue.

“A transmissão se dá um pouquinho antes do indivíduo apresentar sintomas. No momento em que ele começa a ter sintoma, até pelo menos oito dias, é transmissor para o mosquito. É muito importante, inclusive, que essas pessoas se recluam um pouco, passem repelente, para que elas ajudem a impedir essa transmissão do indivíduo que está a doença para o mosquito que não tem a doença”, explicou. O médico especialista comenta que a doença causa muita dor na articulação, especialmente nos punhos, nas falanges, no tornozelos e joelhos. “Diferente da dengue, que não deixa sequelas, ela pode deixar sequelas”, aponta.

Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.

George Américo

Segundo a Sesab, o bairro George Amédico está sendo inspecionado. Por enquanto, a hipótese indicada para a incidência do vírus é a localização geográfica, isto porque, pelo fato do bairro estar perto de rodovias federais, muitas pessoas circulam pela localidade, assim como caminhões e outros veículos. A Secretaria informa que já havia suspeita de que as pessoas que ficaram doentes poderiam estar com chikungunya e, desde então, foram realizadas ações de controle na cidade, como a aplicação de inseticida, bomba costal e outros procedimentos com o intuito de eliminar os focos dos mosquitos.

As pessoas estão sendo tratadas em áreas ambulatoriais, sem necessidade de internação. De acordo com a Sesab, os quadros de chikungunya se resolvem no prazo de 10 a 12 dias e que, diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya tem um único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Uma equipe do Ministério da Saúde está na cidade.

Entenda o vírus

A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O vírus chikungunya pode ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). O risco aumenta, portanto, em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles também picam principalmente durante o dia. A principal diferença de transmissão em relação à dengue é que o Aedes albopictus também pode ser encontrado em áreas rurais, não apenas em cidades.

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