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Promotor do Ministério Público do Rio cita que Imperador foi colega de escola de Mica, líder do tráfico em comunidade do Complexo da Penha, onde jogador foi criado.
A amizade entre Adriano e o traficante Paulo Rógerio de Souza Paz, o Mica, foi destacada pelo promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) responsável pela denúncia contra o atacante, acusado de tráfico de drogas e associação ao tráfico.
O processo cita que Mica foi colega de escola do Imperador e se tornou seu amigo, assim como Marcos José Oliveira, outro denunciado pelo MP-RJ. No documento, o promotor afirma que “apesar de ter ganho dinheiro e fama internacional”, Adriano seguiu frequentando a Vila Cruzeiro, comunidade do Complexo da Penha onde foi criado e de onde Mica foi chefe do tráfico durante anos. A denúncia ainda cita que o atacante “se envolveu em diversos episódios escusos” e era visto constantemente em comboios de moto pelas ruas do local. O MP se baseou em investigação da polícia que diz que Adriano, em 2007, quando estava no Inter de Milão, deu seu cartão de crédito e documentos para que Marcos José de Oliveira comprasse duas motos e deixou que os bens fossem utilizado para o tráfico ilícito de drogas.
Uma das motocicletas estaria no nome do jogador, enquanto a outra teria sido colocada no nome da mãe de Mica, que é analfabeta. – Por período de tempo ainda não determinado, mas com início a partir do dia 09 de julho de 2008 e até pelo menos o mês de maio de 2009, os dois primeiros denunciados (Adriano e Marcos), livres e conscientemente, em comunhão de desígnios e ações entre si e com outros elementos ainda não identificados, consentiram que outrem utilizassem de bem de que tinham propriedade e posse, para o tráfico ilícito de drogas – diz a denúncia, que ainda cita que um veículo tinha a cor vermelha, e o outro, preta, “uma na cor preta e outra na cor vermelha, numa clara alusão ao clube de preferência” de Adriano, revelado nas divisões de base da Gávea e campeão brasileiro de 2009 pelo Flamengo.
De acordo com o MP, na época da compra da moto, a Vila Cruzeiro era dominada pelo Comando Vermelho, facção da qual Mica fazia parte. Segundo a denúncia, o traficante era a “pessoa que autorizava ou não a entrada e saída de pessoas e a realização de eventos na região” e precisaria de “veículos velozes, em especial motocicletas, pela agilidade no tráfego, que fossem legalizados e não levantassem suspeitas quando transitassem fora das comunidades”.
Com tal argumentação, a entidade diz que o jogador e seu amigo “se associaram aos traficantes em atividade na Vila Cruzeiro, com a finalidade de facilitar o tráfico ilícito de drogas e as atividades afins”. A pena prevista para o tráfico é de 15 anos. A punição por associação ao tráfico é de dez anos. A denúncia foi feita pela 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público do Rio de Janeiro e será avaliada pela 29ª Vara Criminal. Adriano estava na França, onde visitou as instalações do Le Havre, e embarcaria para o Rio de Janeiro ainda nesta terça. O atacante ainda não assinou contrato com o clube francês, mas diz estar “99% acertado”. Ele só jogaria na equipe em janeiro. Na denúncia do Ministério Público, o promotor não pede a prisão de Adriano, mas recomenda que seu passaporte seja recolhido devido à “possibilidade de fuga do jogador, por ser ‘pessoa com elevados recursos financeiros’”.