Aumento esperado para gasolina na Bahia é de até R$ 0,40 por litro

Tribuna da Bahia

Aumento visa recuperar perdas da empresa nos últimos anos e diminuir o impacto da queda das ações, por conta dos sucessivos escândalos envolvendo corrupção.

Os motoristas vão ter que preparar o bolso. A gasolina e o diesel vão sofrer um novo reajuste a partir de fevereiro deste ano. Isso por conta do aumento dos impostos anunciados na última segunda-feira (19) pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A medida, conforme o ministro, faz parte do esforço para ajustar as contas públicas do país. Os aumentos serão no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), onde a alíquota passará de 1,5% para 3% ao ano, arrecadando só este ano R$ 7,38 bilhões. O PIS, o Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e o Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre os combustíveis também serão elevados. O reajuste ficará em torno de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. De acordo com o ministro a pretensão de arrecadação é de R$ 12,18 bilhões com as medidas. Na Bahia, o valor da gasolina pode chegar até R$ 0,40 centavos a mais do preço que já é cobrado.

A reportagem percorreu alguns postos na cidade e encontrou os preços de R$2,80 a R$3,29. O presidente do Sindicombustíveis da Bahia, José Augusto, explicou que há três aumentos em vista. “O governo federal anuncia 22 centavos de reajuste nos impostos, e, além disso, existe uma previsão de mais 10 centavos no ICMS, imposto estadual, que foi aprovado por lei na Assembléia Legislativa da Bahia, em razão da alíquota do último dia 17 de dezembro que passou de 27% para 30% no valor da gasolina”, afirma o presidente.

Porém, em outubro e dezembro do ano passado já houve reajuste. “Em outubro houve aumento de dois centavos no ICMS, no mês de dezembro teve mais dois centavos de acréscimo e mais quatro centavos no produto”, relembra Augusto.  “Estamos esperando o que vai acontecer, precisamos saber qual o impacto desses impostos para que tenhamos uma ideia de quanto será o preço da gasolina”, afirmou. A previsão, segundo José Augusto, é que o primeiro reflexo desses reajustes da carga tributária ocorra na primeira semana de fevereiro.

“A tendência é que a partir do momento que os donos dos postos comprarem mais caro, o mercado vai vender mais caro. Isso é muito ruim, porque a gente compra o produto mais caro e temos que suportar os aumentos  dos impostos, e, consequetemente, repassar para a gasolina. Significa colocar uma média de 20% em caixa para comprar o produtor mais caro”. Conforme José Augusto, uma solução para não reajustar o preço de imediato é estocar o produto. “Os empresários podem comprar mais barato dias antes e sustentar uma situação durante dois ou três dias. O problema é que combustível a gente paga antecipado, é preciso saber se o empresário vai ter dinheiro em caixa para comprar, e também por uma questão ambiental a estocagem tem que ser determinada”.

Na Bahia, muitos motoristas acreditam que o consumidor está pagando a conta dos escândalos de corrupção da Petrobras. O comerciante Lauro Fontes, após abastecer o carro, disse que já esperava o aumento. “Não precisa nem ser um gênio para prever que isso iria acontecer, devido aos recentes escândalos da Petrobras. Quem paga o pato somo nós com aumento de tributos. Agora tenho que ficar procurando os postos mais baratos”, disse. Já o agente de viagem Sandro Macedo considerou inoportuno o reajuste. “Porque não aumentaram na época da eleição? Agora temos que pagar o prejuízo dos escândalos de corrupção da Petrobras?”, questiona o consumidor. Todos os postos de gasolina onde a reportagem percorreu, ainda não têm previsão de aumento.