Terceirizados do Estado fazem uso da tribuna livre na CMVC para manifestar insatisfação

Ascom | Câmara-VC

Eles reivindicam pagamento de salários atrasados e dizem que as empresas terceirizadas não estão cumprindo com suas obrigações.

A situação de atraso de salários e não pagamentos de direitos e benefícios trabalhistas de funcionários das empresas privadas que prestam serviços a diversos órgãos do governo estadual em Vitória da Conquista tomou a cena da Tribuna Livre na sessão desta sexta-feira (20).

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública, Urbana, Comercial, Industrial, Hospitalar, Conservação e Controle de Pragas (SINDILIMP – Sudoeste e Centro-Oeste), Luciano Sousa, denunciou o que ele considera “falta de respeito dessas empresas com o trabalhador”. Segundo o presidente, as “empresas terceirizadas não vêm cumprindo suas obrigações com o trabalhador” e estão devendo além dos salários, pagamento de férias, benefícios e obrigações como vale transporte e alimentação, liberação de plano de saúde e recolhimento e repasse de INSS e FGTS, por exemplo.

Luciano citou as empresas que o SINDILIMP acusa de irregularidades com os trabalhadores terceirizados: C&C, Sandes, Contrate, LC, CCS, Fácil e HD. Segundo ele, no município, essas empresas atendem órgãos como o Fórum Ruy Barbosa, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e o Instituto Médico Legal (IML). O presidente explicou que mais que lutar por salário, “nós estamos cobrando respeito”. Em alguns casos, o sindicato informa que trabalhadores estão há dois meses sem receber.

O vereador Fernando Jacaré (PT), em nome da Bancada de Situação, se solidarizou com os trabalhadores que “de forma justa, estão lutando por aquilo que é de direito. É o cúmulo estarmos discutindo ainda atraso de salário”. “É justo. Se não há salário não há como trabalhar”, completou o vereador.  De acordo com ele, o Governo do Estado não deve mais nada às empresas e defendeu que haja uma investigação para saber o motivo do não repasse do pagamento aos trabalhadores. Ele considerou ainda que é “inadmissível” que as empresas não repassem o pagamento dos funcionários e defendeu a realização de um concurso público para o setor.

O vereador Arlindo Rebouças (PROS), líder da oposição, ao fazer uso da da palavra, após o discurso de Luciano Sousa, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Estado da Bahia (SINDILIMP), afirmou que “ficamos envergonhados. Um partido que se diz dos trabalhadores, massacrando o trabalhador. Comparou a situação atual ao trabalho escravo. “O trabalhador está sem direito a comida, sem direito a pagar luz e água, comprar roupa, sem direito a dar alimento a seus filhos. Pior que escravidão. Patrocinado pelo Partido dos Trabalhadores”. Acrescentou ser “vergonha para o Estado que se diz um governo do trabalhador”. Finalizou sugerindo para o sindicato “entrar na justiça, contra o trabalho análogo ao escravo”.