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Trabalhadores da Fiol fazem protestos em várias cidades contra demissões em massa

fonte_correioCorreio

O sindicato diz que todos os lotes, do 1 ao 7, tiveram trabalhadores demitidos.

Trabalhadores das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) fizeram protesto com paralisação de um dia por conta de uma demissão em massa que começou a acontecer nesta semana. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), foram demitidos 1.150 trabalhadores.

Os atrasos de pagamento da estatal Valec, ligada ao Ministério dos Transportes, ameaçam o andamento da obra. Sem receber do governo nos últimos meses, por causa do ajuste fiscal imposto pelo Ministério da Fazenda, alguns consórcios ameaçam desmobilizar os canteiros de obras e demitir os funcionários do projeto – que vai ligar Barreiras, no Oeste da Bahia até Ilhéus, no litoral, inaugurando uma nova rota de exportação.

O primeiro a abrir caminho para a redução do ritmo das obras foi a Galvão Engenharia – empresa envolvida na Operação Lava Jato e que passa por sérias dificuldades de caixa. Entre segunda e terça-feira, a empreiteira demitiu 700 funcionários que trabalhavam nos 100 quilômetros (km), entre as cidades de Manuel Vitorino, Jequié, Itagi e Aiquarara, na Bahia. Até o fim do ano passado, a empresa mantinha no canteiro de obras da ferrovia 1.500 funcionários

A construção da ferrovia está dividida em oito lotes, entre Barreiras e Ilhéus, na Bahia, num total de 1.022 quilômetros. A Constran, responsável pelo lote 6, confirmou em nota que, por causa dos atrasos nos pagamentos, teve de reduzir o ritmo das obras, mas que ainda continua com o mesmo número de funcionários. “Os trabalhadores estão realizando apenas atividades secundárias e de manutenção.” A Valec nega paralisação na construção, mas não comenta as demissões.

O sindicato diz que todos os lotes, do 1 ao 7, tiveram trabalhadores demitidos. O motivo seria o atraso nos repasses do governo às empresas, justificado pela Casa Civil pelo atraso na aprovação da Lei do Orçamento Geral da União para 2015. Operários demitidos e colegas ainda empregados fizeram um protesto de caminhada no centro da cidade de Jequié. Também houve protestos nas cidades de Brumado, Guanambi, São Desidério e Santa Maria da Vitória, onde ficam outros lotes da obra.

A ferrovia

Com 1.527 quilômetros de extensão, dos quais 1.100 km passam pela Bahia, as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) integram o Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal, com investimentos estimados em R$ 6 bilhões. A Fiol vai ligar Ilhéus, na Bahia, a Figueirópolis, no estado do Tocantins. A expectativa é que a linha férrea seja interligada ao Porto Sul, em Ilhéus, para o escoamento da produção agrícola do Oeste baiano (soja, farelo de soja e milho), além de fertilizantes, combustíveis e minério de ferro.

Prejuízo

Para o superintendente de estudos especiais da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), Marcos Emerson Verhine, o atraso nas obras da Fiol significa prejuízo para vários setores, entre os quais destaca como os mais afetados o escoamento do minério de ferro e da produção agropecuária do Oeste baiano.

“A Fiol é um investimento muito importante para dinamizar o escoamento da produção e deve trazer diversas vantagens como a redução do custo do transporte de insumos e a implantação de novos polos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando seu trajeto. É um investimento fundamental que melhoraria a logística e tornaria alguns produtos baianos mais competitivos”, argumenta. Para o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, obras estruturantes como a Fiol, o Porto Sul e a Ferrovia Transnordestina são fundamentais para manter os produtos baianos no mercado. “Precisamos nos tornar mais competitivos por meio de uma logística eficaz”, aponta.

Orçamento

Segundo o coordenador executivo de Infraestrutura e Logística da Casa Civil da Bahia, Eracy Lafuente, a falta de recursos para continuidade das obras da Fiol é justificada pelo atraso na aprovação da Lei do Orçamento Geral da União para 2015, que deveria ter sido apreciada pelo plenário do Congresso Nacional antes do recesso parlamentar, em dezembro, mas acabou ficando para este ano. “Esse pode ser um dos problemas que fazem com que o ritmo da obra desacelere um pouco, mas não significa a interrupção”, diz.

Sobre as demissões ligadas às obras da ferrovia, Lafuente afirma que estão relacionadas à substituição de alguns trabalhadores por outros de acordo com a demanda. “Uma obra de infraestrutura tem diversas etapas e trabalhadores diferentes para cada uma. A informação que tenho é que o que está ocorrendo são ajustes nesse sentido. Sai um trabalhador e entra outro”. Eracy Lafuente destacou ainda que o governo do estado vem acompanhando de perto a situação e garante que “esses intervalos e essas demissões são cíclicas”. “Pode ser um problema conjuntural da obra agravado por um problema de liquidez das empresas. Mas isso não é uma situação particular da Fiol, está acontecendo com mais força ainda na Ferrovia Norte-Sul”, assegura.

Segundo o coordenador, há um compromisso do governo federal com a obra. “O governo do estado tem pressionado para que essa obra tenha o compromisso do governo federal e não tenha descontinuidade”, garante. Em nota, a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias informou que “os pagamentos estão sendo regularizados dentro do limite disponibilizado pelo Tesouro Nacional. Aguarda-se a publicação da Lei Orçamentária Anual e do respectivo decreto de programação financeira/2015, onde serão definidos os limites para empenho e cronograma financeiro de desembolso para o corrente ano”.

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