Após as agressões, suspeito correu até a delegacia para se esconder e esclarecer o motivo de ter agredido o enteado. Assista a reportagem.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que Diego de Souza Valente, suspeito de chutar o enteado de 4 anos no peito, é agredido em Sertãozinho (SP). Ele se apresentou nesta sexta-feira (5) à Polícia Civil após ser alvo de um ataque, prestou depoimento e foi liberado. Segundo o delegado Ildon Pimenta de Pádua, responsável pelo caso, Valente deverá responder por maus-tratos contra a criança. O padrasto, de 22 anos, foi encaminhado para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A denúncia de agressão feita pelo homem também será alvo de investigação. Assista a reportagem:
Suspeito reconhecido
Em depoimento, Valente contou à polícia que foi pego por um grupo de cinco homens na quinta-feira (4), enquanto caminhava pela rua. O jovem diz ter sido espancado com socos e pontapés, e que as agressões foram filmadas e divulgadas nesta sexta-feira em uma rede social. Valente teria sido identificado pelo grupo depois que o Conselho Tutelar de Sertãozinho publicou um vídeo para tentar localizar o suspeito de agredir um menino de 4 anos. Nas imagens gravadas na quarta-feira (3) pelas câmeras de segurança de um imóvel no bairro Jardim Jamaica, o padrasto e a criança param de moto na Rua Yoshinobu Kobata. O menino desce da garupa, usando capacete e uma mochila, parece conversar com o homem e é agredido com um chute no peito. Ele cai no chão, levanta atordoado e sobe na moto. Em seguida, os dois vão embora. Na noite de quinta-feira, o conselheiro Rodrigo Clemente esteve com uma equipe da Guarda Civil Municipal na casa da família, no Jardim Santa Rosa, mas o suspeito já havia fugido. A mulher dele, mãe do menino, negou as agressões. Entretanto, vizinhos confirmaram os maus-tratos.
Depoimento na delegacia
O suspeito de agredir o enteado de 4 anos com um chute no peito em Sertãozinho (SP) se apresentou na tarde desta sexta-feira (5) à Polícia Civil. De acordo com o delegado Ildon Pimenta de Pádua, responsável pelo caso, Diego de Souza Valente procurou a delegacia após ser agredido por cinco homens. Em depoimento, ele afirmou que perdeu a cabeça ao saber que o menino havia sido expulso da escola. De acordo com Pádua, ele não ficará preso, mas um inquérito foi instaurado para apurar o crime de maus-tratos. A denúncia das agressões contra Valente também será investigada. A mãe da criança, Gabriela dos Santos Batista, foi levada à delegacia para prestar depoimento.
Durante o depoimento à polícia, Valente disse que foi buscar o enteado na escola e que a diretora o informou da expulsão do menino. Segundo o padrasto, ela afirmou que a criança havia batido nos colegas e que as outras mães não o queriam mais na instituição. “Ele foi conversar e o menino negou, disse que não tinha agredido ninguém. Montou na moto e saiu, e ele continuava conversando. O menino continuava negando. Ele alega que não chutou a criança, fala que empurrou a criança com o pé e a criança acabou caindo, porque desequilibrou-se. Essa é a história que ele nos contou”, diz o delegado.
Mãe também foi ouvida
A mãe do garoto também prestou depoimento nesta sexta-feira. De acordo com o delegado, ela afirmou que o filho é agressivo e que está em busca de acompanhamento psiquiátrico para ele. Gabriela dos Santos Batista confirmou a versão de Valente, que declarou no depoimento que ela bateu no filho quando os dois retornaram da escola. “Ela falou que quando chegou em casa e tomou conhecimento, deu algumas cintadas no garoto. Eu mandei que passasse pelo exame de corpo delito. Só o laudo que vai nos dizer isso”, afirma o delegado. Pádua diz que Valente será indiciado por maus-tratos. A pena para o crime é de dois meses a um ano de prisão.
“Se ele só empurrou, se ele chutou, não importa. Ele arremessou a criança ao chão e isso é agressão, é maus-tratos. Ele vai responder por isso, mesmo porque a criança estava sob os cuidados dele também, que ele era o padrasto, tinha por dever legal cuidar da criança.” De acordo com o Conselho Tutelar, o menino ficará com o pai até o fim das investigações. O irmão dele, um bebê de 6 meses, filho do suspeito, teve a guarda transferida para a avó materna. Em nota, a Secretaria de Educação de Sertãozinho informou que a criança frequenta as aulas no período matutino em uma escola municipal, mas que não há registros de que ela tenha agredido algum colega ou que tenha sido expulsa.