Empresário do setor de cerâmica Sadi Gitz estava na plateia de evento, em um hotel de Aracaju (SE), quando se levantou e atirou contra a própria cabeça.
O Simpósio de Oportunidades – Novo Cenário da Cadeia do Gás Natural em Sergipe, que acontecia na manhã desta quinta-feira (4), em um hotel da Orla da Atalaia, na Zona Sul de Aracaju, foi cancelado após a morte do empresário do setor de cerâmica Sadi Gitz. O evento contava com a presença do governador Belivaldo Chagas e do ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. O empresário estava na segunda fila da plateia e, logo após o pronunciamento do governador, sacou uma arma e atirou contra si. O próximo a falar seria o ministro de Minas e Energia. Assista:
Antes de sair do hotel, o governador Belivaldo Chagas falou sobre o ocorrido e confirmou o cancelamento do simpósio. “Sabíamos que Sadi estava com problemas de ordem financeira, por problemas com a sua empresa. Ele vinha conversando com a Sergas, e lamentavelmente num momento de fraqueza ele cometeu o suicídio. Eu quero prestar a minha solidariedade à família, sei que não é fácil receber uma notícia dessa, mas a vida segue e por conta disso suspendemos o evento. Seria um desrespeito a ele continuar”, disse.
Após perícias da Polícia Criminalística no local da ocorrência, o corpo de Sadi Gitz foi levado ao Instituto Médio Legal (IML) por volta das 11h. De acordo com a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Thereza Simony, o tiro foi na parte superior da cabeça e a arma utilizada, um revólver calibre 38, pertence ao empresário. Ela informou ainda que pessoas que estavam no evento e parentes do empresário serão ouvidos pela polícia.
Empresário morto
O empresário gaúcho Sadi Paulo Castiel Gitz nasceu em Porto Alegre, no dia 13 de novembro de 1948. Graduado em matemática, engenharia mecânica e administração, chegou a Sergipe na década de oitenta. Sadi atuou na Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT) e na Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). Também foi presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese). Mas a atividade de maior destaque ao longo das últimas décadas foi na fábrica de cerâmica Escurial, com sede na cidade de Nossa Senhora do Socorro. A fábrica começou a operar em 1993 e se tornou uma importante unidade de produção do setor. Porém, nos últimos anos, a situação econômica da empresa piorou. No ano passado, foram realizadas demissões. E em maio deste ano, com os reflexos da crise econômica do país, foi iniciado o processo de hibernação, com a perda de mais de 600 empregos diretos e indiretos.
Companhia de gás colocou fábrica em “hibernação”
Uma fábrica de cerâmica localizada no município de Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju, deu início ao processo de hibernação nesta quarta-feira (15). A medida representa, de acordo com a administração da empresa, a perda de mais de 600 empregos diretos e indiretos. O motivo determinante para a hibernação, segundo a fábrica, foi o preço do gás cobrado pela Sergipe Gás (Sergas), empresa concessionária do Governo do Estado. “A política de preços da Sergas, encontra-se abusiva e juridicamente ilegal, e está sendo objeto de contestação judicial pela Cerâmica Sergipe, inclusive com pedido de Perdas e Danos”, diz a nota da empresa.
Com o processo de hibernação a fábrica inicia os trabalhos de mudanças de uma matriz energética e de relocação da unidade em outro estado do nordeste. A Sergas se pronunciou através de nota e informou que a fábrica está inadimplente, deixando de pagar o equivalente a 100 dias de consumo diário. “Além disso, lembramos que, mesmo com a participação do Estado de Sergipe como acionista, a Sergas é uma companhia de direito privado, o que a caracteriza como uma sociedade de economia mista. Dito isso, a companhia honra com a concessão feita pelo Estado, ao mesmo tempo que precisa trabalhar com a sua própria sustentação financeira”, informa a nota da Sergas.