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Preço do café subiu 81% ao consumidor nos últimos 12 meses, e já começa a cair no campo, aponta IBGE

A cotação média mensal do café arábica, espécie mais consumida e produzida no Brasil, registrou queda de 17% em junho em relação a fevereiro.

O preço do café continua pressionando o bolso do consumidor, mas uma luz no fim do túnel começa a surgir no campo. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o café moído foi o segundo item que mais impactou a prévia da inflação de junho, ficando atrás apenas da energia elétrica. No entanto, especialistas apontam que as cotações começaram a cair no campo desde março, após o início da colheita no Brasil, e a tendência é que essa redução chegue, ainda que lentamente, aos supermercados nos próximos meses.

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De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), o preço do café subiu 2,86% em junho em relação a maio. No acumulado de 12 meses até junho, o aumento foi ainda mais expressivo: 81,6%. Apesar disso, os preços da alimentação no domicílio caíram 0,24% no mesmo período, impulsionados pelas quedas do tomate (-7,2%), do ovo de galinha (-7%), do arroz (-3,4%) e das frutas (-2,4%).

No campo, a situação já apresenta um cenário diferente. A cotação média mensal do café arábica, espécie mais consumida e produzida no Brasil, registrou queda de 17% em junho em relação a fevereiro, quando bateu recorde histórico na série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, a expectativa é que o repasse desses valores mais baixos ao consumidor final comece ainda este ano, mas de forma gradual e limitada. “Existe um tempo entre a colheita do café, o beneficiamento, a torra e a distribuição para os mercados”, explica Fernando Maximiliano, analista da consultoria StoneX Brasil. “Em um horizonte de 60 a 90 dias, podemos esperar uma transferência de preço mais expressiva para o consumidor, mas ainda não voltaremos aos patamares anteriores ao segundo semestre de 2024”, completa.

Fatores que explicam a queda no campo

A redução das cotações no campo está atrelada principalmente ao avanço da colheita no Brasil, que teve início em março e se estenderá até setembro. Outro fator importante é a expectativa de melhora na safra dos países do Sudeste Asiático, como Vietnã e Indonésia, conforme destacam economistas.

Além disso, o consumo interno de café no Brasil também diminuiu, reflexo direto do encarecimento do produto. Para Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, o preço da saca vendida pelo produtor deve continuar caindo à medida que a colheita avança, com o pico ocorrendo agora em junho e julho. Maximiliano acrescenta que o aumento da safra de café robusta – cuja produção deve crescer 28% nesta temporada, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – tem sido o principal motor da queda nas cotações. Diferentemente do arábica, as plantações de robusta, concentradas no Espírito Santo e na Bahia, não foram afetadas por secas porque são irrigadas. Já a produção de arábica deve encolher 6,6% em relação à safra anterior, prejudicada por condições climáticas adversas.

Por que o café bateu recordes no início do ano?

No início de 2025, as cotações do café arábica atingiram níveis históricos, chegando a R$ 2.769,45 por saca em 12 de fevereiro, segundo dados do Cepea-Esalq/USP. Esse pico foi resultado de uma combinação de fatores, incluindo exportações brasileiras acima do normal em 2024 e problemas na produção de outros grandes players globais, como o Vietnã.

“Houve uma corrida de compradores europeus ao café brasileiro devido a ataques no Mar Vermelho, que bloquearam rotas de transporte asiáticas”, detalha Maximiliano. Além disso, a proximidade da implementação de uma lei europeia sobre áreas desmatadas levou empresas do continente a anteciparem suas importações. Outro aspecto relevante foi a mudança na estratégia das indústrias, que passaram a manter estoques menores devido à volatilidade dos preços futuros. Essa postura reforçou a pressão altista no mercado.

Perspectivas para os próximos anos

Embora o início da queda nos preços do café seja uma boa notícia, especialistas alertam que o produto continuará caro para o consumidor no curto prazo. A previsão é que o alívio mais significativo só ocorra em 2026, quando uma safra maior deverá ampliar a oferta global. “Até lá, o consumidor terá de lidar com um cenário de ajuste gradual”, diz Cogo. Enquanto isso, a indústria e os varejistas seguem monitorando de perto as tendências do mercado, na esperança de que a estabilidade volte a prevalecer.



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