


Família aflita: Luiz Guilherme, desaparecido há quase 2 semanas, teria sido vítima de “tribunal do crime”
A mãe do jovem, uma mulher de 39 anos, afirmou que não tem mais notícias do filho desde a data do desaparecimento. “Ele errou, eu sei disso. Mas não merece sumir assim”.
Há dez dias, a vida da família de Luiz Guilherme de Oliveira Nunes, de 17 anos, moradora do distrito de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro, virou um constante estado de angústia. O jovem desapareceu após participar de uma tentativa de roubo de moto em Itabela, e desde então, não há qualquer sinal dele.
Continua após a publicidade:
Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, Luiz Guilherme saiu de casa no dia 25 de julho com um comparsa com o objetivo de furtar uma motocicleta. No entanto, a ação teria sido interrompida por um grupo de moradores, que capturou os dois envolvidos. Enquanto o outro adolescente conseguiu escapar, Luiz Guilherme foi entregue a dois homens suspeitos de atuarem como executores de um chamado “tribunal do crime”, uma espécie de justiça paralela que atua em áreas de conflito no interior do sul da Bahia.
A mãe do jovem, uma mulher de 39 anos, afirmou que não tem mais notícias do filho desde a data do desaparecimento. “Ele errou, eu sei disso. Mas não merece sumir assim, sem ninguém dizer o que aconteceu”, disse, em entrevista emocionada. Ela relata que já percorreu hospitais da região, fez buscas nas redondezas e registrou o caso na Delegacia de Polícia Civil de Itabela. Apesar disso, as autoridades ainda não conseguiram estabelecer uma linha clara de investigação.
Luiz Guilherme trabalhava como ajudante de carpinteiro em Arraial d’Ajuda e, segundo familiares, era um rapaz tranquilo, mas que acabou se envolvendo em atividades ilícitas. A mãe reconhece o erro do filho, mas critica duramente a conduta do grupo que o capturou: “Em vez de chamar a polícia, resolveram fazer justiça com as próprias mãos. E agora, meu filho sumiu. Quem vai me dizer onde ele está?” O caso reacende o debate sobre a atuação de grupos de justiça privada em regiões com déficit de segurança pública. Enquanto a família aguarda respostas, a esperança de encontrar Luiz Guilherme com vida começa a se esvair a cada dia que passa.