


Ex-secretária de Barra da Estiva e sua mãe são as primeiras vítimas fatais identificadas na tragédia com ônibus de turismo
Sirlândia de Souza Machado e sua mãe, Marlene Medeiros de Souza, haviam ido para Pernambuco fazerem compras em um pólo textil.
Um acidente devastador na noite de sexta-feira (17) na BR-423, entre os municípios pernambucanos de Paranatama e Saloá, ceifou a vida de 17 pessoas e deixou outras 17 feridas. Entre as vítimas fatais estão Sirlândia de Souza Machado, ex-secretária de Administração de Barra da Estiva, e sua mãe, Marlene Medeiros de Souza. O grupo viajava de Brumado, na Bahia, com destino a Santa Cruz do Capibaribe, polo têxtil do Agreste pernambucano, para compras comerciais, e retornava ao estado vizinho quando o ônibus tombou em um trecho montanhoso conhecido como Serra dos Ventos.
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Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, o veículo transportava 40 passageiros — número significativamente superior ao inicialmente declarado — e continha três listas distintas de ocupantes, nenhuma delas condizente com a quantidade real de pessoas a bordo. A discrepância levantou suspeitas de que parte dos passageiros tenha embarcado informalmente ao longo do trajeto, prática comum em rotas informais de transporte interestadual, mas que agora é alvo de investigação por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco.
Diante da gravidade do ocorrido, a Prefeitura de Barra da Estiva decretou luto oficial de dois dias. Em nota, a administração municipal expressou “profundo pesar” e solidariedade às famílias enlutadas. “Toda a gestão municipal se une em oração e solidariedade, desejando força, conforto e paz aos corações que sofrem com essa perda irreparável”, afirmou o comunicado.
Além de Barra da Estiva, as prefeituras de Rio do Pires, Brumado e Aracatu também emitiram notas de pesar, confirmando que havia moradores dessas cidades entre os passageiros. Os corpos das vítimas foram encaminhados aos Institutos de Medicina Legal (IML) de Caruaru e Recife, onde passam por necropsia e identificação. Até a noite de sábado (18), 11 corpos já haviam sido reconhecidos por familiares. As autoridades seguem apurando as causas exatas do acidente, mas já destacam a possibilidade de falha humana combinada com condições adversas da rodovia — trecho historicamente crítico por sua sinuosidade e declive acentuado. Enquanto isso, famílias aguardam ansiosamente a liberação dos corpos e respostas sobre como um transporte coletivo pôde operar de forma tão irregular, colocando em risco dezenas de vidas.